Segundo informações de Jiang Jie, diretora de projeto dos foguetes Long March 3A, a China deverá trabalhar em dois diferentes tipos de foguetes para futuros lançamentos destinados à Lua. Assim, a China Academy of Launch Vehicle Technology (CALT) deverá seguir desenvolvendo um veículo pesado de lançamento e uma nova geração de veículos de lançamento tripulados pelos próximos cinco anos.
O veículo de lançamento em questão é o Long March 9, cujos detalhes foram revelados no ano passado. É esperado que este foguete superpesado tenha 93 metros de altura, núcleo de 10 metros de diâmetro e peso de decolagem acima de 4 mil toneladas métricas. O foguete deverá ser capaz de levar espaçonaves de até 140 toneladas para a órbita baixa da Terra, a centenas de quilômetros acima da superfície da Terra, e até 50 toneladas para a injeção translunar.
Este projeto ambicioso exige inovações no diâmetro da estrutura do futuro veículo e de seus motores, explicou Jiang. Hoje, a China está trabalhando em motores capazes de fornecer até 500 toneladas de impulso no primeiro estágio do veículo, além de um motor de 220 toneladas para o segundo. Se tudo correr bem, o Long March 9 poderá realizar seu primeiro teste de voo em 2030.
Já o veículo tripulado deverá ser o conceito em que a China Manned Space Agency vem trabalhando nos últimos anos. A ideia é que este foguete seja desenvolvido com base nos núcleos de 5 metros de diâmetro do foguete Long March 5, que é o maior da China no momento, e deverá ter também motores atualizados. Enquanto isso, os engenheiros vêm buscando formas de combinar os componentes e tecnologias para criar um veículo de três núcleos.
Ela comentou que “o sucesso do desenvolvimento destes dois tipos de foguetes vai conferir um grande aumento na habilidade das naves do país entrarem no espaço externo”. As falas da oficial deixam um pouco mais evidente o andamento do desenvolvimento destes veículos, já que ainda não estava claro se o foguete tripulado seria uma alternativa ao Long March 9 ou se seria um projeto desenvolvido em paralelo.
Hoje, a China está testando uma nova geração de espaçonaves tripuladas para levar seus taikonautas para destinos além da órbita baixa da Terra, o que demonstra o compromisso do país com os veículos tripulados lunares. Além disso, o retorno da missão Chang'e 5 no ano passado, que trouxe amostras da Lua à Terra, foi feito de forma bastante complexa, o que permitiu que o país verificasse algumas das técnicas e tecnologias necessárias para trazer astronautas para casa.
Por fim, o país segue também discutindo a possibilidade de desenvolver, junto à Rússia, a International Lunar Research Station, que será uma estação de pesquisa na Lua. Como o projeto depende das missões Chang'e 6, 7 e 8 e pode levar à estadia de longo prazo de astronautas na Lua, fica evidente que o país tem planos firmes e cada vez mais sólidos de colocar os novos veículos em ação.