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China quer desafiar Estados Unidos

Vladimir Fiodorov

Os construtores navais militares chineses estão desenvolvendo o espírito do 18º congresso do PC Chinês. Depois da "oferta ao congresso" do porta-aviões Liaoning, eles se preparam para construir novos navios, declarou o presidente da Corporação Estatal de Construção Naval da China(CSSC) Hu Wenming.

Nos seus estaleiros foi concluído o equipamento do cruzador porta-aviões Varyag, comprado à Ucrânia e transformado em Liaoning.

Esta é a primeira declaração, feita depois do 18º congresso do PCC, que confirma a orientação para a modernização e reequipamento da marinha de guerra da China, sublinhou o perito do Instituto do Extremo Oriente Yakov Berger:

"A China intenciona, já há muito tempo, criar a sua frota de porta-aviões. Por enquanto ainda só está sendo estudado o modelo com base no Varyag, mais tarde haverá uma nova construção. Esse objetivo foi referido antes do congresso e já no congresso foi confirmado".

Hu Wenming declarou que a China está preparada para construir mais bases aéreas flutuantes, não referindo um número concreto. Entretanto, o país irá aumentar também a sua capacidade industrial para a produção de armamento e equipamentos para porta-aviões. Segundo o major-general na reserva Vladimir Dvorkin, a China terá toda a capacidade para abandonar a sua situação de único membro permanente do Conselho de segurança da ONU que não possui um único porta-aviões completamente fabricado por meios próprios:

"Não se trata de uma tarefa simples, mas eu penso que a China irá conseguir, visto que já está a criar uma frota de submarinos porta-mísseis. É uma questão de tempo e de recursos. Recursos é uma coisa que a China possui, mas os prazos, com certeza que não serão muito curtos. Mas os chineses nunca pensam à escala do que é imediato".

O programa de construção de porta-aviões está diretamente associado à intenção de possuir novos argumentos nas disputas territoriais com os vizinhos, sublinha Yakov Berger:

"O Japão teve de nacionalizar com urgência as ilhas Senkaku, ou Diaoyudao em chinês. Do ponto de vista da China, se trata de uma venda de ilhas chinesas. A modernização da marinha de guerra deve ser vista como uma resposta a esse passo".

Vladimir Dvorkin considera que o grupo de porta-aviões será um novo argumento da China na disputa geoestratégica com os EUA:

"O objetivo é conservar a sua influência nos mares e estreitos costeiros. Neste momento, nessas zonas predomina a marinha norte-americana. Os EUA apostaram no reforço da sua presença na região do Pacífico, justificando isso com os interesses de segurança. Os porta-aviões são a resposta da China a esses planos dos EUA".

Pelo que se apresenta, o antagonismo entre os EUA e a China no Oceano Pacífico irá aumentar. Isso se deve, em primeiro lugar, à intenção do Pentágono em transferir para lá até 60% de toda a sua marinha, incluindo os grupos de porta-aviões principais. Isso será um golpe nos interesses da China, que considera a região como uma área dos seus interesses e onde tenciona ser ela a ditar as regras. No entanto, parece que os porta-aviões só por si serão insuficientes para alterar a situação político-militar. Pequim entende isso muito bem.

Portanto, podemos esperar perfeitamente novas "prendas" político-militares. Desta vez a propósito da sessão de primavera da Assembleia Nacional dos Representantes do Povo da China, na qual será eleito o novo governo do país.

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