Megha Rajagopalan
PEQUIM (Reuters) – Jornalistas na China estão proibidos de publicar reportagens críticas sem a aprovação de seu empregador, disse um dos principais reguladores chinês de imprensa nesta quarta-feira.
A regra surge após o governo ter intensificado sua repressão à liberdade de expressão, tanto online quanto na mídia tradicional.
A Administração Estatal da Imprensa, Publicação, Rádio, Filme e Televisão publicou a medida em um boletim circular anunciando a repressão sobre falsas notícias e sobre jornalistas que aceitam suborno ou que extorquem dinheiro de suas fontes.
Agências de notícias precisam combater a corrupção e jornalistas que violarem a lei devem ser entregues para as autoridades judiciais, disse o regulador, e perderão sua licença de reportagem.
Jornalistas também estão proibidos de fazer seus próprios websites, sites de vídeos e relatórios internos que contenham conteúdo crítico, acrescentou. O regulador não especificou o que constituía um conteúdo crítico ou quais assuntos em particular os jornalistas não podem criticar.
As regras também proíbem jornalistas de conduzir entrevistas ou escrever reportagens fora de seus campos designados de cobertura.
As agências de notícias precisam solicitar regularmente opiniões “das massas”, assim como de autoridades de propaganda e de outros reguladores de mídia, segundo a circular.
O texto listou diversos escândalos nos quais repórteres de jornais chineses haviam alegadamente aceitado subornos para fazer uma cobertura positiva, ou forçado pessoas a pagá-los para evitar uma história crítica, dizendo que esses incidentes tornaram a regulamentação necessária.
O veículo de mídia que violar essas regras pode perder a licença.
A China adotou duras medidas para combater rumores online no ano passado, mas críticos dizem que a campanha simplesmente significa uma oportunidade para silenciar críticas ao governante Partido Comunista.
A imprensa chinesa é pesadamente censurada e organizações de mídia precisam obter licenças do governo antes de operar.
A imprensa estatal tem sido um veículo essencial para propaganda do partido, mas as reformas na última década permitiram maior comercialização e algumas delas aumentaram sua independência editorial.