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China prepara-se para o “Cyberwar”

Natália Kasho

O sistema chinês de navegação Beidou pode ser usado com fins civis e militares ao mesmo tempo, reconheceu o vice-presidente do Conselho Militar do Partido Comunista da China, Fan Changlong, que visitou a maior estação de navegação via satélite, em 28 de Dezembro, ou seja, um dia depois de Pequim ter oferecido o serviço de seus navegadores aos países asiáticos.

O alto governante chinês assinalou ainda que o complexo Beidou, constituindo uma base de sistemas informáticos diversos, pode ser utilizado para os fins civis e militares, desempenhando assim um papel importante na causa da defesa e segurança nacionais. Os peritos acentuam que o Beidou custará ao Tesouro aproximadamente 26 mil milhões de dólares.

Mas esta declaração sobre a significativa componente militar do Beidou não causou muita sensação, frisou a respeito o perito do Instituto do Oriente Médio, Yakov Berger.

"No domínio militar, qualquer tipo de navegação pode ser sustentado da melhor forma por meio de satélites. A guerra informática seria impossível de travar sem o recurso aos satélites que ajudam a alvejar e monitorar instalações e deslocações de veículos militares. As guerras conduzidas pelos EUA no Oriente Médio são mais uma prova elucidativa disso. Claro que a China se prepara para este tipo de guerra. Xi Jinping, no âmbito da visita à circunscrição militar de Cantão (Guangzhou), no sul da China, deu a entender que o Exército chinês devia estar pronto para conduzir a guerra contemporânea, cabendo um enorme papel ao sistema de navegação por via de satélites."

No entanto, o perito não se atreve a dar avaliações mais precisas, deixando claro que esta meta continua sendo uma das prioridades estratégicas militares da RPC (República Popular da China).

"A julgar pelos êxitos alcançados no lançamento de naves espaciais tripuladas e de um satélite artificial que circunvoou a Lua, a China está avançando nessa aérea a passos rápidos. Não houve informações sobre falhas técnicas. Será que a China alcançou o nível dos EUA? Creio que não, mas, sem dúvida, se vai aproximando deste patamar elevado."

Yakov Berger partilha a opinião de seus colegas de que o Beidou pode ser utilizado como um elemento de "anulação" do potencial de mísseis de eventual adversário.

"É que a China continua desenvolvendo seus programas espaciais. Tinha lançado um míssil, capaz de destruir outros mísseis. Além disso, conta com os meios especiais para a produção de interferências e o bloqueio de informações. Também usa os vírus especiais para perturbar o funcionamento da defesa ativa. Tudo isso faz parte do arsenal da guerra informática."

Analistas militares apontam para o facto de os sistemas de informação e os Exércitos de vários países utilizarem o complexo de navegação norte-americano GPS. Todavia, os EUA podem, a qualquer momento, inviabilizar este sistema em geral ou em algumas regiões do mundo. Por isso, o Beidou poderia vir a ser um concorrente sério para o GPS norte-americano.

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