A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu nesta quinta-feira que a China demonstre com exemplos "concretos" que perseguirá um "roteiro construtivo" em assuntos como a crise na Síria, observando sua crescente influência geopolítica.
"O mundo quer que a China represente um papel correspondente a sua nova posição, e isso significa que não pode ser seletiva" nos desafios que enfrenta o mundo, disse Hillary durante um discurso no Instituto de Paz dos Estados Unidos.
A chefe da diplomacia americana indicou que os poderes emergentes "têm a obrigação especial de demonstrar de forma concreta que perseguirão um roteiro construtivo" para o bem das nações.
Hillary aplaudiu a liderança da China em assuntos como o combate à pirataria e a recuperação econômica mundial, mas considerou que a nação asiática ainda deve "abraçar plenamente" seu novo papel no mundo para demonstrar que "representará um papel positivo, que realçará a segurança, a estabilidade e a prosperidade".
Desta forma, a secretária pediu ao governo chinês que, por exemplo, exerça mais pressão frente à crise na Síria e faça cumprir as normas do comércio mundial.
"A China usará seu poder para ajudar a pôr fim à brutal violência contra civis em locais como a Síria? Explicará seu crescente acúmulo militar e as metas finais de suas estratégias, políticas e programas militares para ajudar a manter a segurança regional?", questionou Hillary.
Nos EUA, pegou mal o veto inicial da China, junto à Rússia, a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para forçar a renúncia do presidente sírio, Bashar al-Assad. Posteriormente, a nação asiática promoveu um plano para pôr fim à violência, mas sem prever a queda de Assad.
Por outro lado, Hillary renovou seu pedido para que a China resposta às preocupações dos EUA sobre a manipulação de sua divisa, o que, segundo Washington, prejudica suas exportações.
A secretária de Estado fez essas declarações durante um evento para comemorar o 40º aniversário da histórica viagem de uma semana que o então presidente Richard Nixon realizou à China em 1972.
Foi uma viagem, em plena Guerra Fria, que deu início a uma frutífera relação bilateral e que, segundo lembrou Hillary, inspirou todo um leque de debates, análises, filmes, obras de teatro e até canções.