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China: premiê defende reformas para impedir nova Revolução Cultural

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, advertiu nesta quarta-feira que "tragédias" como uma nova Revolução Cultural poderão ocorrer novamente na China se não forem empreendidas as reformas políticas e econômicas de que o país necessita.

Na sua última entrevista coletiva em Pequim antes de deixar o cargo, o que acontecerá no próximo ano, Wen não desperdiçou a oportunidade de apelar por políticas a fim de solucionar os problemas que a sociedade chinesa enfrenta.

"A necessidade de reforma chegou a um ponto crítico", disse Wen à imprensa, antes de avaliar que existe o risco de a China "perder os resultados da abertura das passadas três décadas sem a produção de políticas reformistas".

"Estas reformas são necessárias para solucionar novos problemas como a distribuição desigual da renda, a falta de integridade e a corrupção", acrescentou.

Com relação ao direito de autogoverno de certas comunidades chinesas, Wen disse – sem referir-se a nenhum caso específico – que "se deve proteger o direito dos povos de escolher diretamente seus líderes".

Sobre o papel do gigante asiático na situação econômica internacional, o primeiro-ministro reiterou que "o mais importante para a China é tramitar seus próprios assuntos neste contexto de crise e dívida europeia".

Em tom otimista, se mostrou convencido de que "2012 poderá ser um ano difícil, mas também promissor". E, para lembrar a liderança da potência, destacou que "o sistema democrático chinês continuará adiante, mantendo sua identidade nacional, e não haverá força que o fará retroceder".

Wen fez estas declarações na única entrevista coletiva que concede por ano à imprensa chinesa e estrangeira em Pequim, no Grande Palácio do Povo, ao término do plenário da Assembleia Nacional Popular (Poder Legislativo).

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