A China pode proibir a exportação de tecnologia de refino de terras-raras para países ou empresas que considere uma ameaça à segurança do estado, segundo uma pessoa a par do assunto.
O governo chinês conduz atualmente uma revisão de sua política de terras-raras. As autoridades consideram a tecnologia necessária para refinar e purificar as matérias-primas como uma arma mais poderosa para proteger os interesses do estado do que os minerais em si, e estudam proibir a venda da tecnologia para alguns países ou empresas, segundo a pessoa, que pediu para não ser identificada.
Embora a China não tenha planos de restringir as exportações de terras-raras para os Estados Unidos, pretende manter o plano na manga caso ocorra uma nova guerra comercial, disse a fonte. O país asiático também estuda a proibição para terras-raras como parte das sanções a algumas empresas, como a Lockheed Martin, que violou interesses da China sobre a venda de armas para Taiwan, disse a pessoa.
O Ministério do Comércio da China não respondeu de imediato a um pedido de comentários por fax.
A China controla a maior parte da produção mundial de terras-raras, um amplo grupo de 17 elementos que são usados em diversos produtos, de smartphones a aviões de combate. O país também tem controle sobre o processamento. Seu domínio deixaria indústrias no exterior com poucas opções para garantir o abastecimento imediatamente, caso restrições fossem colocadas em prática.
Os minerais já foram apontados como uma possível arma na guerra comercial EUA-China. Em 2019, o governo de Pequim preparou um plano para restringir os embarques de terras-raras tendo como alvo a economia americana. Os EUA importam cerca de 80% de seus compostos de terras-raras e metais do país asiático, segundo dados do governo.
As restrições nunca foram adotadas, embora tenham estimulado EUA e Europa a buscarem maneiras de reduzir a dependência de um único fornecedor. Embora as terras-raras sejam relativamente abundantes, concentrações passíveis de mineração são menos comuns do que para outros minérios e os países enfrentam obstáculos, como altos custos e preocupações ambientais no desenvolvimento de indústrias nacionais.
No ano passado, Donald Trump assinou uma ordem executiva com o objetivo de expandir a produção doméstica de minerais de terras-raras, um ano depois que o Departamento de Defesa recebeu ordens para estimular a produção de ímãs. Os EUA também têm concedido contratos e firmado acordos de investimento para estabelecer seus próprios recursos de processamento.
No início da semana, reportagem do Financial Times disse que a China estuda se pode penalizar empresas de defesa dos Estados Unidos ao limitar o fornecimento de minerais de terras-raras que são essenciais para a indústria.