Redação DefesaNet
Entre as aeronaves está modelo capaz de lançar ataques nucleares. É a primeira vez que tal força é deslocada o Mar Meridional da China. Iniciativa pode aumentar tensão entre países que reivindicam território
O jornal estatal China Daily informou na noite de sexta-feira (18/05) que vários bombardeiros realizaram exercícios de decolagem e aterrissagem em aeródromo construído nas Ilhas Paracel, no Mar da China Meridional, que são alvo de disputa entre vários países da região.
Entre as aeronaves estão o modelo H-6K, capaz de lançar ataques nucleares de longo alcance. Segundo o jornal, esta é a primeira vez que tal força é deslocada para a região.
Um comunicado do Ministério da Defesa não especificou em que ilha extamente ocorreu o exercício e se limitou a apontar que ele ocorreu em uma "área marítima do sul".
A inteligênci amaericana acredita que os bombardeiros operaram na ilha Woody Island.
O ministério também disse que vários H-6Ks realizaram ataques simulados contra alvos marítimos durante o exercício.
Wang Mingliang, um especialista militar, foi citado no comunicado dizendo que o exercício no Mar da China Meridional ajudará a força aérea chinesa a "fortalecer sua capacidade de combate para lidar com ameaças à segurança marítima".
A Iniciativa de Transparência Marítima da Ásia, sediada em Washington, identificou o local do exercício como a Ilha Woody Island, onde fica a maior base da China nas Ilhas Paracel.
"Acredito que esta é a primeira vez que um bombardeiro pousou no Mar Meridional da China", disse Bonneih Glaser, especialista em China do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um think tahnk também baseado em Washington.
"Agressão" marítima da China
As tensões no centro do Mar da China Meridional vem aumentando desde que Pequim passou a alegar que praticamente todo o mar faz parte de suas águas territoriais. A reinvindicação é vigorosamente contestada pelo Vietnã, Filipinas, Malásia, Taiwan e Brunei, que disputam com a China a posse de várias ilhas na região.
As Filipinas costumavam ser o país mais crítico em relação às reivindicações territoriais chinesas, mas o presidente filipino Rodrigo Duterte reverteu a política, deixando o Vietnã assumir o papel de principal crítico.
Os EUA acusaram a China de militarizar a região e alterar a geografia de ilhas para fortalecer suas reivindicações. Washington também acredita que a China usará as ilhas e sua presença militar para controlar o acesso a rotas marítimas estratégicas.
No dia 11 de Maio 2018 a Força Aérea do PLA realizou uma manobra ousada. Dois grupos de bombardeiros H6K escoltados por caças Su-35 contornaram a ilha de Taiwan, em sentidos horário e antihorário.
Nas Ilhas Paracel, um novo heliponto, turbinas eólicas e grandes torres de radar foram construídos pelos chineses. Analistas apontam que as torres de radar na Ilha de Triton poderiam ser usadas nas disputas da China com o Vietnã e com os EUA sobre a liberdade de operações de navegação.
No começo do mês, o primeiro porta-aviões da China deixou as docas no porto de Dalian, no nordeste do país, para iniciar testes no mar de seus sistemas de propulsão e navegação. Os testes representam um marco no projeto de Pequim para modernizar sua marinha, ao mesmo tempo em que o país vem aumentando sua presença no disputado Mar Meridional da China e ao redor de Taiwan.
Chinese bombers including the H-6K conduct takeoff and landing training on an island reef at a southern sea area pic.twitter.com/ASY9tGhfAU
— People's Daily,China (@PDChina) 18 de maio de 2018
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