O presidente chinês, Xi Jinping, disse nesta quinta-feira que os investimentos da China na América Latina chegarão a 250 bilhões de dólares nos próximos 10 anos, e que o comércio bilateral deve subir a 500 bilhões de dólares durante o mesmo período.
Xi falava a líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), um bloco de 33 países na região que exclui os Estados Unidos e o Canadá. Os líderes se reuniram em Pequim pela primeira vez para um fórum de dois dias.
Embaixada dos EUA na Nicarágua manifesta preocupação com canal construído por chineses
A embaixada dos Estados Unidos na Nicarágua disse na terça-feira que está preocupada com a falta de informações sobre a planejada construção liderada por chineses de um canal de 50 bilhões de dólares, que pode dividir o país da América Central.
As obras começaram em dezembro no canal de 278 quilômetros, que a empresa responsável HK Nicaragua Canal Development Investment (HKND Group), sediada em Hong Kong, diz que estará em operação em 2020, mas o projeto tem sido alvo de ceticismo.
A HKND é controlada por um magnata chinês pouco conhecido, Wang Jing, que garante que o governo chinês não está por trás do projeto na Nicarágua. Mas sua relutância em revelar quem está financiando o projeto levou a muitas especulações de que ele teria o apoio de Pequim.
O porta-voz da chancelaria chinesa Hong Lei disse a jornalistas em entrevista nesta quarta-feira que o governo exige que as empresas chinesas cumpram as leis locais quando atuam no exterior, mas negou qualquer ligação com o projeto do canal.
"Este projeto é a ação de iniciativa da própria empresa em questão. O governo chinês não está envolvido", disse Hong.
O envolvimento da China seria um desafio direto ao Canal do Panamá, controlado pelos Estados Unidos até 1999. O canal da Nicarágua também daria à China uma presença de destaque na América Central, uma região dominada há tempos pelos EUA.
A embaixada dos EUA na Nicarágua se recusou a comentar a construção do canal quando a obra começou no mês passado, mas, em comunicado divulgado na terça-feira, a missão dos EUA em Manágua disse que todos os documentos relevantes envolvendo o projeto deveriam ser divulgados publicamente, e que todos os envolvidos deveriam ser ouvidos de maneira pacífica.
"A embaixada está preocupado com a falta de informação e transparência que existiu e continua a existir sobre muitos dos aspectos importantes deste projeto", disse.
A missão diplomática dos EUA cobrou a divulgação de estudos ambientais e outros detalhes do projeto.
Poucos dias depois do início dos trabalhos, pelo menos 21 pessoas ficaram feridas em confrontos entre a polícia e manifestantes que se opõem à construção do canal.
(Reportagem de Ivan Castro; Reportagem adicional de Michael Martina, em Pequim)