A China se tornou o primeiro parceiro comercial da União Europeia (UE) pela primeira vez em 2020, ultrapassando os Estados Unidos, graças à rápida recuperação de sua economia menos afetada pela pandemia de covid-19 do que a de seus parceiros ocidentais.
No ano passado, o comércio da UE com a China totalizou US$ 586 bilhões (somando exportações e importações), ante US$ 555 bilhões dos Estados Unidos, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (15) pelo instituto europeu de estatísticas.
"Durante o ano de 2020, a China foi o principal parceiro comercial da UE", disse o Eurostat em um comunicado.
Se a UE já era o primeiro parceiro comercial da China desde 2004 – na época ultrapassou o Japão -, é a primeira vez que o inverso é verdadeiro, ou seja, a China destrona os Estados Unidos vis-à-vis a Europa.
Segundo o Eurostat, este resultado deve-se ao aumento das importações europeias da China (+ 5,6% em 2020 com relação a 2019) e das exportações europeias para a China (+ 2,2%).
Ao mesmo tempo, o comércio com os Estados Unidos registrou queda significativa tanto nas importações (-13,2%) quanto nas exportações (-8,2%).
Depois de sofrer com a epidemia da covid-19 durante o primeiro trimestre, a economia chinesa se recuperou vigorosamente e o consumo superou no final do ano seu nível de um ano atrás, impulsionando as vendas europeias, em particular de automóveis e produtos de luxo.
As exportações da China para a Europa se beneficiaram de uma forte demanda por equipamentos médicos e produtos eletrônicos.
Neste contexto, a UE viu seu déficit comercial aumentar com a China. Ele passou de -164,7 bilhões de euros em 2019 para -181 bilhões no ano passado. Ao mesmo tempo, o superávit com os Estados Unidos manteve-se estável em torno de 151 bilhões de euros.
O Reino Unido, que deixou de fazer parte da União Europeia, é agora o seu terceiro maior parceiro comercial, atrás da China e dos Estados Unidos.
No entanto, as exportações europeias para aquele país caíram 13,2% no ano passado e as importações, 13,9%. No total, a União Europeia registou em 2020 um superávit comercial em forte crescimento em relação ao resto do mundo, para 217,3 bilhões de euros, contra 191,5 bilhões em 2019. O número é ainda mais elevado para os 19 países da zona do euro: superávit de 234,5 bilhões de euros no ano passado, contra 221 bilhões no ano anterior.