A China "aproveitou" a pandemia de coronavírus para "intimidar" outros países e impor sua nova lei de segurança nacional em Hong Kong, declarou nesta quarta-feira (8) Chris Patten, ex-governador da antiga colônia britânica.
"O que aconteceu em Hong Kong é apenas parte de uma série mais ampla de ações do Partido Comunista Chinês para aproveitar que estamos focados (na pandemia de) coronavírus", afirmou Patten, que governou Hong Kong nos cinco anos anteriores ao retrocesso à China, em 1997.
"Da Índia ao Japão (…), da Austrália ao Canadá, os chineses têm intimidado todo o mundo", afirmou Patten, em uma teleconferência organizada por parlamentares britânicos.
"Temos que aprender a sossegar a China quando se comporta mal", acrescentou.
Essas declarações foram feitas dois dias depois que o embaixador chinês no Reino Unido acusou Londres de "interferência impertinente nos assuntos internos de Pequim", após a decisão de Londres de facilitar o futuro acesso à cidadania britânica para algumas pessoas de Hong Kong.
Londres classificou a lei de segurança nacional como uma "violação manifesta" da autonomia de sua ex-colônia.
Essa lei, promulgada no final de junho após uma onda de manifestações pró-democracia em Hong Kong, planeja penalizar atividades separatistas, "terroristas", subversivas e a interferência estrangeira.