O embaixador da China na União Europeia, Zhang Ming, alertou o bloco, nesta terça-feira (16), contra a imposição de sanções, enquanto os países do grupo discutem como responder às denúncias sobre a repressão à minoria uigur.
"Quero enfatizar que as sanções representam um confronto. Sanções baseadas em mentiras podem ser interpretadas como um enfraquecimento deliberado dos interesses de segurança e desenvolvimento da China", declarou o embaixador durante uma videoconferência com pesquisadores do "think tank" Centro de Política Europeia, com sede em Bruxelas.
"Queremos diálogo, não confronto. Pedimos à UE que pense duas vezes. Se alguns insistem no confronto, não vamos recuar, pois não temos outra opção senão cumprir as nossas responsabilidades para com o povo do nosso país", reforçou.
Os Estados-membros da UE discutem planos para expandir o regime global de sanções aos direitos humanos, que este mês foi aplicado pela primeira vez para punir quatro oficiais russos pela prisão do opositor Alexei Navalny.
Diplomatas europeus expressaram confiança de que os chanceleres dos 27 países do bloco concordem, em reunião na segunda-feira, em adicionar um pequeno número de pessoas, ou entidades, da China à lista de sancionados, em razão do tratamento de uigures e outras minorias muçulmanas.
Autoridades de outros países – incluindo Rússia, Coreia do Norte e Eritreia – também deverão ser afetadas pelo congelamento de eventuais bens em território europeu e pela proibição de vistos.
Grupos de direitos humanos acreditam que pelo menos um milhão de uigures e de outras minorias, em sua maioria muçulmanas, foram presos em campos no noroeste da China, onde o governo de Pequim também é acusado de esterilizar mulheres à força e impor trabalhos forçados.
A China nega veementemente as acusações de trabalho forçado envolvendo uigures na região de Xinjiang. O governo chinês alega que se trata de programas de capacitação profissional, planos de trabalho e melhor educação para erradicar o extremismo na região.
A UE enfrenta um equilíbrio delicado nas suas relações com a China, visto que trata Pequim como rival e também como potencial parceiro econômico.
No final de 2020, UE e China selaram um grande pacto de proteção aos investimentos que foi negociado por sete anos, mas que está sob forte pressão do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que busca formar uma frente única contra Pequim.