O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, disse nesta terça-feira que a aliança está disposta a atender um pedido dos Estados Unidos e ampliar sua pequena missão de treinamento no Iraque para auxiliar na reconstrução do país após três anos de guerra contra militantes islâmicos.
No mês passado o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, enviou uma carta à OTAN pedindo uma missão formal de treinamento e aconselhamento, noticiou a Reuters, parte da campanha do presidente norte-americano, Donald Trump, para induzir a aliança a fazer mais no combate aos militantes.
O apoio de Stoltenberg é um sinal de que a entidade pode estar abandonando a resistência que demonstrou no ano passado. Mas a questão continua criando divisões, já que aliados europeus da OTAN temem outro compromisso no exterior sem final previsto após mais de uma década no Afeganistão.
“Temos que conquistar a paz”, disse Stoltenberg em uma coletiva de imprensa, dizendo esperar que os ministros da Defesa da OTAN comecem a planejar uma missão maior em uma reunião em Bruxelas na quinta-feira, com uma decisão para iniciar a missão em julho.
“É extremamente importante estabilizar o país depois que as operações de combate tiverem terminado”, disse Stoltenberg, que tem uma boa relação com Trump e o visitou na Casa Branca em 2017.
Membros da coalizão devem ajudar a reconstruir o Iraque, diz secretário dos EUA
Os Estados Unidos exortaram nesta terça-feira os membros da coalizão que combate o Estado Islâmico a ajudarem a reconstruir o Iraque ou correrem o risco de ver uma reversão nos avanços feitos sobre o grupo no país do Oriente Médio.
Washington lidera a coalizão e espera que, após uma luta de três anos para derrotar os militantes, possa contar de maneira geral com aliados do Golfo Pérsico para dividir o fardo de reconstruir o Iraque e para uma aproximação entre iraquianos e sauditas para enfraquecer a influência do Irã no país, que é comandado por um governo de liderança xiita.
O Estado Islâmico assumiu o controle de grandes partes do Iraque e da Síria em 2014.
Doadores e investidores se reuniram no Kuwait nesta semana para debater iniciativas para reerguer a economia e a infraestrutura do Iraque agora que ele emerge de um conflito devastador com os militantes linha-dura, que dominaram quase um terço da nação.
Bagdá declarou vitória sobre o Estado Islâmico em dezembro, depois de reconquistar todo o território capturado pelos militantes em 2014 e 2015. Os combatentes também foram derrotados em grande medida na vizinha Síria.
Os EUA valorizam as “contribuições generosas” de membros da coalizão no último ano, mas é preciso mais, disse o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, na reunião da coalizão no Kuwait.
“Se comunidades do Iraque e da Síria não puderem voltar à vida normal, corremos o risco do retorno das condições que permitiram ao ISIS (Estado Islâmico) tomar e controlar vastos territórios”, disse.
“Devemos continuar a libertar resquícios não atacados da guerra deixados para trás pelo ISIS, habilitar hospitais a reabrirem, restaurar os serviços de água e eletricidade e levar meninos e meninas de volta à escola”.