O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, criticou nesta terça-feira (5), em Washington, os países que querem fortalecer a defesa europeia, e destacou que a criação de estruturas "que competem" com a OTAN pode enfraquecer e dividir a aliança atlântica.
Enquanto a União Europeia se reunia na Eslovênia, Stoltenberg foi questionado durante uma conferência na Universidade de Georgetown, em Washington, sobre as consequências do acordo AUKUS, entre Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, nas relações transatlânticas.
"Entendo que a França está decepcionada" por Canberra ter rompido um megacontrato para comprar submarinos franceses, disse ele. "Ao mesmo tempo, os aliados da OTAN concordam em nosso objetivo geral, que é que devemos permanecer unidos."
Mas "não acredito em esforços para criar algo fora da estrutura da OTAN, ou para competir ou duplicar a OTAN", acrescentou o norueguês.
Em mensagem aos 27 chefes de Estado e de governo reunidos no Castelo de Brdo, perto da capital Liubliana, Stoltenberg destacou que 80% dos gastos da OTAN com defesa provêm de países não pertencentes à União Europeia. "Claro que são os Estados Unidos, mas também outros aliados", afirmou.
“Também tem a geografia”, lembrou. "Turquia ao sul, Noruega e Islândia ao norte, e Estados Unidos, Canadá e Reino Unido ao oeste. Se olhar um mapa, são importantes para a proteção de toda a Europa".
“Qualquer tentativa de enfraquecer o vínculo transatlântico mediante a criação de estruturas alternativas, dizendo que podemos defendermos a nós mesmos, não só enfraquecerá a OTAN, como também dividirá a Europa”, advertiu.