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Diogo Alcântara
Em Brasília por causa da entrada da Venezuela no Mercosul, o presidente Hugo Chávez comemorou a adesão do país ao bloco como sócio-pleno. "Esperamos muito tempo por este dia", disse o mandatário, que acrescentou que "o ingresso da Venezuela no Mercosul é o fator de completa uma equação".
Em jantar com a presidente Dilma Rousseff na noite desta segunda-feira, Chávez fez uma proposta de exportação de petróleo cru ao Brasil. Segundo o presidente venezuelano, Dilma demonstrou interesse na proposição preliminar.
Amanhã, o primeiro compromisso de Chávez e Dilma antes da reunião com chefes de Estado do Mercosul é a assinatura de atos entre ambos os países. Um dos principais acordos a ser firmado é a compra de 20 aviões da Embraer pela estatal venezuelana de aviação, Conviasa (Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas S.A.). Chávez não revelou o valor do negócio, mas afirmou que há muito dinheiro envolvido.
Além do acordo milionário na área de aviação, Chávez chega ao Mercosul fazendo promessas de investimentos muito mais substanciais. "Esse é um projeto (a compra de aviões) até modesto em relação ao mapa de projetos que temos com o BNDES", afirmou. Ele citou investimento da refinaria Abreu e Lima, além de acordos petrolíferos e energéticos como exemplos.
O presidente venezuelano garante que o significado político da adesão de seu país à união aduaneira não é maior que o econômico. "Dou a mesma importância política, geopolítica, econômica e geoeconômica ao bloco", disse.
Tratamento contra câncer
Após tratamento contra um câncer cuja gravidade e localização exata são um mistério, o presidente venezuelano negou rumores de que parte de sua visita ao Brasil seria dedicada à visita de algum hospital brasileiro. "Isso é uma piada necrófila", limitou-se a dizer
Chávez já declarou no mês passado estar "totalmente livre" do câncer, após tratamentos de quimioterapia e radioterapia.