Os chanceleres dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) farão uma reunião virtual de emergência na sexta-feira (7) sobre a situação na Ucrânia, anunciou a aliança militar nesta terça-feira (4).
Além da tensão na fronteira entre Ucrânia e Rússia, na reunião os chanceleres também abordarão "assuntos gerais de segurança europeia".
A tensão nessa região se agravou nos últimos meses devido aos temores de que a Rússia esteja preparando uma invasão em grande escala na Ucrânia, já que concentra 100.000 tropas ao longo da fronteira comum.
Altos funcionários dos Estados Unidos e da OTAN manterão negociações com a Rússia na próxima semana, depois que o governo russo apresentou uma lista de demandas.
A Rússia exige que a OTAN rejeite um eventual adesão da ex-soviética Ucrânia e retire suas forças da aliança militar perto da fronteira russa.
Os países ocidentais rechaçaram essas demandas e já ameaçaram fazer a Rússia pagar um "preço alto" se lançar uma incursão militar na Ucrânia.
O governo americano tentou garantir aos cautelosos aliados europeus que atuará de forma coordenada, descartando temores de buscar uma saída que afete a Europa, mas sem realizar consultas.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, falou por telefone com o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, nesta terça-feira, sobre as negociações entre a aliança militar e a Rússia, marcadas para 12 de janeiro.
Essas conversas "devem ser amparadas pelos compromissos e obrigações da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) e das Nações Unidas", disse Josep Borrell, segundo o comunicado divulgado NA terça-feira à noite.
Por sua vez, Stoltenberg confirmou em sua conta no Twitter que a reunião do conselho OTAN-Rússia será realizada em 12 de janeiro "para examinar questões relacionadas à segurança europeia, particularmente a situação na Ucrânia e seus arredores". O secretário-geral também mencionou "uma ordem do dia para um diálogo construtivo no interesse de todos".
A última reunião formal do conselho conjunto OTAN-Rússia aconteceu em 2019. Desde então, as relações entre os dois antigos inimigos da Guerra Fria se congelaram em meio a uma profunda desconfiança mútua.
A OTAN insiste que permanece aberta ao diálogo, embora já tenha acusado a Rússia de rejeitar seu convite para manter novas negociações.