TAMBORES DE BRONZE
Coronel Fernando Montenegro
Veterano do Exército Brasileiro
Professor na Universidade Autônoma de Lisboa
Quem viaja ao Sudeste Asiático atualmente vai encontrar tambores de bronze sendo vendidos como peças de decoração; conhecidos como Dong Son, foram criados pela cultura do Delta do Rio Vermelho, no norte do Vietnã a partir de 600 aC.. Esses instrumentos de percussão se caracterizam pela produção de sons semelhantes ao de trovões e são decorados com desenhos de significados míticos.
Há dois mil anos, durante a dinastia de Han, viveu na China o general Ma Yuan, que recebeu de seu imperador a difícil missão de defender, contra os rebeldes das montanhas, a fronteira sul do país. Diz uma narrativa que, como o efetivo de tropas era insuficiente para a tarefa, ele se valeu de um brilhante estratagema: determinou a colocação dos Dong Son em todas as cachoeiras que ficassem próximas das aldeias dos povos crédulos das montanhas. O rimombar do impacto das águas sobre os tambores fazia os montanheses julgar ouvir exércitos do soberano chinês; dessa forma, durante muitos anos essa população teria permanecido no topo das montanhas sem descer aos vales.
Durante a Guerra Fria, foi a vez de Mao Tsé Tung e Nguyen Giap iludirem os ocidentais na mesma região; patrocinaram o movimento Pathet Lao fingindo que estavam interessados no Laos. Dessa forma, atraíram os franceses e depois os americanos ocupando aldeias indefesas e promovendo diversos combates sem importância que resultavam em poucos feridos.
A imprensa internacional acabou colaborando no ilusionismo, transformando qualquer grupo de três guerrilheiros em regimento Vietminh ou divisão chinesa. Assim sendo, enquanto os integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) investiam seus esforços no Laos para combater um “exército” que não passava de novos tambores de bronze, os comunistas disseminavam seu veneno pelo Vietnã do Sul, Camboja, Birmânia, Malásia e Singapura.
Estudando a história ultimamente, os chineses observaram que os Estados Unidos só assumiram a posição de liderança que o Reino Unido ocupava até o início do século XX porque ocorreram duas guerras mundiais. A principal meta da China na atualidade é ultrapassar a posição americana e assumir a condição de superpotência do planeta. Para isso, já perceberam que essa transição só é possível com algum tipo de catástrofe mundial, e eu acredito que os integrantes do Partico Comunista Chinês não teriam nenhum pudor em provocar premeditadamente isso.
Em 1999, os coronéis estrategistas chineses Qiao Liang e Wang Xiangsui publicaram o livro “Guerra Irrestrita”; em muitos aspectos parece uma espécie de atualização do milenar best seller “A Arte da Guerra” do General Sun Tzu. O livro trata de como a China poderia derrotar um oponente tecnologicamente superior e aborda vários conceitos de guerra híbrida e combate em múltiplos domínios, como a guerra informacional, ciberguerra, guerra econômica, Guerra biológica, dentre outras. Há várias evidências de que o Coronavírus possa ser uma arma biológica chinesa subtraída por pesquisadores infiltrados no laboratório de Winnipeg-Canadá.
Já faz algum tempo que os chineses têm comprado muitas terras e estruturas do agronegócio na América do Sul; sabe-se também que estão previstas viagens a negócios de “empresários” chineses em outubro desse ano para a Europa e América do Sul. Só no Brasil, já foi ventilado que está prevista a chegada 900 “homens de negócios”chineses que deverão comprar tudo a “preço de banana” com a economia quebrada.
Assim sendo, é possível que o COVID-19 e as pequenas escaramuças na fronteira com a Índia sejam apenas novos tambores de bronze enquanto a economia dos países ocidentais é destruída e vários ativos como infraestruturas críticas são comprados por valores irrisórios.