Presidente americano de 2001 a 2009, George W. Bush concedeu uma rara entrevista exclusiva ao jornal Dallas Morning News nesta semana, na qual se disse "orgulhoso" por seu mandato e admitiu não gostar de debater questões políticas da atualidade: "as pessoas me perguntam: 'o que o senhor acha da economia? Eu digo: 'por que não contratam um economista?'", desabafou.
Entre os pontos mais polêmicos de sua passagem pela Casa Branca, o republicano defendeu as invasões que deram início às guerras do Afeganistão e do Iraque: "meu mandato teve eventos inesperados e desastrosos, como os ataques de 11 de setembro e o furacão Katrina. Temos que olhar a realidade de 10 anos atrás para analisar. É fácil esquecer como a vida era há dez anos. Mesmo Bill Clinton (presidente antecessor), queria uma mudança de regime no Iraque", declarou.
Além de resultar em milhares de mortes, as guerras do Iraque e do Afeganistão custaram ao governo americano uma quantia estimada em US$ 6 trilhões, segundo um estudo recente da Harvard. As mudanças nos regimes locais foram controversas e armas de destruição em massa não foram encontradas.
Confrontado com os questionamentos, Bush evitou se aprofundar nos debates: "estou confiante de que fiz escolhas certas. Estou confortável com o que fiz e confortável com quem eu sou".
Distante dos holofotes, Bush pretende inaugurar um complexo com uma biblioteca e um museu, no próximo dia 1º de maio, em Dallas. O ex-presidente aproveitou a entrevista para mostar um "lado desconhecido", que inclui cuidar da neta recém-nascida e hobbies como pintura e mountain biking.
"As pessoas ficam surpresas (ao saberem que ele gosta de pintar). É claro, elas também ficam impressionadas ao saber que eu sei ler", brincou.
"Adoro criar. Posso me expressar de um jeito único nos meus quadros. Eles ficam bons porque os faço com paixão", analisou Bush, que assina suas pinturas com o número "43", seu lugar na ordem presidencial americana.