O governo brasileiro anunciou a doação de 1,3 milhão dólares para ações de assistência aos atingidos pelo conflito na Síria. O dinheiro será enviado por meio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (04/02) pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, numa conferência internacional em Londres para discutir a ajuda humanitária à Síria.
Na mesma reunião, a Alemanha anunciou o repasse de 2,3 bilhões de euros (cerca de 2,3 bilhões de dólares) para a causa; o Reino Unido, 1,5 bilhão de euros; e os Estados Unidos, 890 milhões de dólares. Ao todo, os líderes mundiais anunciaram ajuda de cerca de 10 bilhões de euros à Síria até 2020.
Além da doação financeira, o Brasil pretende colaborar com 4,5 mil toneladas de arroz, o equivalente a 1,85 milhão de dólares. A logística dessa doação ainda está em estudo e depende de um país-parceiro que auxilie o transporte.
De acordo com o Itamaraty, o dinheiro da doação provém de órgãos brasileiros como a Secretaria Nacional de Justiça e a Coordenação-Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Ministério das Relações Exteriores. Já o arroz será fornecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura.
A conferência internacional em Londres foi organizada pela Alemanha, Noruega e Kuwait, além do Reino Unido, e teve o apoio da ONU. O principal objetivo do evento era angariar recursos emergenciais para a população síria que mora no país e os refugiados que estão acolhidos na região.
Durante discurso em que anunciou o valor da doação brasileira, Vieira ressaltou a necessidade de uma solução política e não militar para a crise síria. Segundo o ministro, é preciso lutar contra o terrorismo, aliviar os sofrimentos da guerra, manter a Síria unida e reconstruí-la como nação.
O chanceler brasileiro destacou que não basta apenas auxiliar os que sofrem com o conflito, mas é preciso conceder abrigo aos refugiados. Vieira também citou as políticas humanitárias do Brasil que já permitiram o acolhimento de mais de dois mil sírios desde 2013.