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Brasil – China – Sinopec é a noiva da vez do setor no Brasil

Cláudia Schüffner | Do Rio


Depois de investir US$ 12 bilhões na exploração de petróleo no Brasil e anunciar que quer mais parcerias, a China Petrochemical Corporation (Sinopec) tem atraído as atenções durante sua passagem pela Rio+20. Em um disputado jantar na segunda-feira para comemorar o lançamento de seu relatório de responsabilidade social corporativa durante a conferência internacional, o presidente do grupo Sinopec, Fu Chengyu, disse que a empresa "estava no lugar certo e na hora certa e soube aproveitar o vento favorável" na relação entre o Brasil e a China.

Para uma plateia formada por funcionários da empresa e executivos como José Maria Moreno, presidente da Repsol Sinopec Brasil; Paulo Mendonça, presidente da brasileira OGX, e Sha Zukang, secretário geral da Rio+20, Chengyu lembrou que o comércio entre os dois países superou a barreira de US$ 80 bilhões e que a China é o maior destino das exportações brasileiras. O Gasoduto do Nordeste (Gasene), da Petrobras, foi mencionado como o primeiro projeto de grande porte dessa parceria. A Sinopec foi contratada para construir o gasoduto, financiado pelo China Eximbank.

O apetite da Sinopec começou a despertar o interesse dos concorrentes – também potenciais parceiros – após as aquisições de participações acionárias em áreas exploratórias detidas tanto pela Repsol como pela portuguesa Galp no país. E no domingo, o executivo chinês disse que quer investir mais, de preferência tendo a Petrobras como operadora. Tanto apetite não passou despercebido.

Sobre isso, o presidente da Repsol Sinopec disse que a empresa constituída por ambos no Brasil deve ser o veículo utilizado para as aquisições de novas áreas por meio de leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Ainda não há previsão de novos leilões da agência.

A Repsol Sinopec planeja investir quase US$ 1 bilhão no país este ano, boa parte disso em perfuração de poços

"Se houver uma nova rodada de áreas exploratórias, não faz sentido a Sinopec competir conosco", disse Moreno, da Repsol Sinopec. A exceção, completou o executivo, seria uma decisão do grupo espanhol de não participar depois que uma proposta como essa fosse levada ao conselho da empresa, presidido por ele.

A Repsol Sinopec planeja investir quase US$ 1 bilhão no país somente este ano, grande parte na perfuração de poços com custo unitário de até US$ 250 milhões. Até 2016, o investimento nos campos de Sapinhoá (antigo Guará) e Carioca, ambos descobertos no bloco BM-S-9 do pré-sal de Santos, serão de US$ 2,5 bilhões e US$ 1,675 bilhão.

Os valores não incluem os gastos com o desenvolvimento da produção do Pão de Açúcar, campo gigante descoberto em 2011 no pré-sal da bacia de Campos.

Na segunda-feira, ao falar sobre a operação no Brasil, Moreno disse que não trabalha com a hipótese de atraso na produção das áreas onde tem parceria com a Petrobras, mesmo depois de a estatal ter informado que entre os motivos da redução de suas metas de produção no pré-sal estão atrasos na entregas equipamentos críticos. "Nas nossas áreas, está tudo no prazo", disse Moreno.

A Petrobras informou em Londres, durante conferência promovida pelo banco Credit Suisse, que os prazos de entrega das plataformas FPSOs "replicantes" vão "deslizar" um ano e que as árvores de natal molhadas (que controlam a vazão na boca dos poços), devem atrasar, principalmente em 2013. A Petrobras e suas sócias encomendaram oito plataformas replicantes destinadas aos campos Lula e Sapinhoá (antigos blocos BM-S-11 e BM-S-9). Elas estão sendo construídas no estaleiro Rio Grande, enquanto os equipamentos submarinos foram encomendados à norueguesa Aker Solutions.

A Repsol Sinopec espera que Sapinhoá comece a produzir já no ano que vem, alcançando uma produção de 250 mil barris/dia em 2015. A Repsol Sinopec também espera, para 2017, o começo da produção no campo Carioca, também operado pela estatal.

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