Juliano Basile
O Brasil promete cumprir as recentes sanções que foram fixadas pela ONU à Coreia do Norte, o que deverá reduzir ainda mais o comércio com aquele país, que já é pequeno. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, as sanções deverão afetar o comércio entre os países no setor têxtil.
Aloysio teve reuniões com representantes do Japão, durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, e manifestou a posição brasileira de condenação aos testes com mísseis.
“A posição do governo brasileiro é de condenação aos testes, ao lançamento de mísseis, mas nós acreditamos na solução diplomática. A solução militar não é solução. É uma tragédia”, disse.
Nessa sexta-feira (22), o ministro se reunirá com representantes da Coreia do Sul para manifestar esse entendimento. Ele não deu números do comércio entre o Brasil e os norte-coreanos, mas ressaltou que são muito pequenos.
Ainda de acordo com Aloysio, o governo brasileiro se aliou aos demais membros do Brics — grupo que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul — para dizer que é preciso uma solução de todas as partes envolvidas.
“A persistência desse clima de agressividade pode levar à perda de controle, a outros ataques e a uma enorme tragédia. É preciso uma solução diplomática.”
A Rússia e a China são os países menos afeitos à imposição de novas sanções à Coreia do Norte.
OCDE
Hoje também, na reunião com representantes do governo japonês, Aloysio Nunes ouviu o apoio daquele país ao ingresso do Brasil entre os membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Ucrânia
Em sua passagem por Nova York, o ministro das Relações Exteriores também pediu a representantes do governo da Ucrânia que auxiliem no sentido de dar uma solução para o programa conjunto de lançamento de satélites. O programa está parado por conta da constatação da inviabilidade econômica do projeto, o que foi denunciado pelo governo brasileiro em 2015.
Segundo Aloysio, agora há o interesse que a empresa que estava tocando o projeto seja liquidada. “Nós não podemos continuar com uma empresa inativa que custa pela sua manutenção.”
Uma nova posição sobre o assunto será definida em outubro, quando está programada a visita de ministros ucranianos ao Brasil.
Por outro lado, os governos dos dois países concordaram com um acordo para a produção de insulina na Bahia, que envolve transferência de tecnologia e importação. O nome das empresas envolvidas nos projetos não foi mencionado pelo ministro.
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