Uma delegação russa liderada pelo Ministro da Defesa, Sergei Shoigu, visitará o Brasil e o Peru no começo da próxima semana, para negociações sobre cooperação técnico-militar. A expectativa é da negociação com o governo brasileiro para a venda dos sistemas de defesa aérea Pantsir-C1, e com o Peru para a venda de 110 tanques T-90 e BTR-80A para suprir as necessidades das unidades militares do país. O sucesso das tratativas no setor militar pode acelerar consideravelmente a assinatura de contratos que ultrapassam a soma de US$ 1,7 bilhão.
De acordo com a programação, o ministro da defesa russo, acompanhado por seu vice, Anatoli Antonov, responsável pelas relações internacionais, voará para o Brasil na segunda-feira, 14, e estará na cidade nos dias 15 e 16. Os membros da delegação russa se reunirão com o Ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, o Chefe do Estado-Maior, General José Carlos De Nardi, e com o Vice-Presidente Michel Temer.
Na quarta-feira, 16, as autoridades russas se encontrarão com os militares do Peru liderados pelo Ministro da Defesa peruano, Pedro Kateriano Belido. Em ambos os casos, o principal tema das conversações será a cooperação técnico-militar entre os países. A delegação russa retorna a Moscou na quinta-feira, 17.
As discussões no Brasil vão girar em torno da possível venda de duas baterias de sistemas de defesa aérea portáteis Igla e três baterias de sistema de defesa aérea Pantsir-C1. Uma fonte da delegação russa informou que devem ser estudados os mecanismos e os detalhes técnicos do acordo, lembrando que o General De Nardi levantou a questão da compra destes tipos de armas em uma reunião em Moscou com o Chefe do Estado-Maior Geral da Rússia, Valeri Gerasimov, em janeiro. Durante estas negociações bilaterais, a delegação brasileira ficou interessada nas características deste armamento, as condições de operação e o custo de reparo.
Fontes próximas aos exportadores de armas russos afirmam que o principal objetivo da compra, pelo Brasil, do sistema de defesa aérea russo é realizar a segurança do país para a Copa do Mundo de 2014. As receitas provenientes da transação estão avaliadas em US$ 1 bilhão.