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BR-AR – Cristina recebe Pimentel e MAG

Nota DefesaNet,

Um item na agenda é a crescente preocupação do Palácio do Planalto e de São José dos Campos da Politização e a entrada com força de "La Campora", organização militante de agit-prop Kirchnerista, na área de defesa.

A substituição do técnico ministro Puricelli pelo ideólogo Deputado Agustín Rossi, com ordens expressas da presidente para introduzir La Campora nas bases militares e industriais. Inclui a FAdeA, que participa do Projeto KC-390, a jóia da coroa do governo Dilma.

O editor

Publicado Clarin.com


Por Marcio Resende

A presidente Cristina Kirchner recebeu, nesta segunda, 17 de junho, o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e o assessor especial do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia. O encontro, que foi pedido por Dilma, ocorreu na residência presidencial argentina, a cerca de uma hora do centro de Buenos Aires. A reunião foi realizada em meio a insatisfação do governo brasileiro com a Argentina.

A visita do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, a Buenos Aires ganhou relevância de reunião de cúpula.

O enviado de confiança da presidente Dilma Rousseff foi recebido na residência de Olivos, pela própria presidente Cristina Kirchner.

Junto com Pimentel, Dilma decidiu enviar o assessor especial para Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, um construtor e defensor da relação bilateral com a Argentina.

Segundo fontes do governo brasileiro, os dois enviados de Dilma viajaram a Buenos Aires apenas para a reunião com Cristina Kirchner, considerada crucial por Brasília num momento de forte questionamento entre os empresários brasileiros sobre os rumos da relação bilateral.

A dimensão política da visita de Pimentel e de Marco Aurélio pode ser medida pela forma hermética com a qual o assunto tem sido tratado e pelo nível de interlocução que o governo brasileiro exigiu para o seu enviado especial.

Pimentel e Garcia trataram das dificuldades na relação bilateral diretamente com a presidente Cristina Kirchner.

"A inclusão de Marco Aurélio Garcia na viagem de Pimentel revela o grau de expectativa de Brasília quanto aos resultados da reunião e a mensagem forte que o governo brasileiro quer dar à Argentina", disse uma fonte do Itamaraty.

Cristina não costuma receber em Olivos visitas meramente técnicas ou protocolares.

Diferentemente da Casa Rosada, a sede da Presidência argentina, as reuniões na residência presidencial de Olivos costumam ser de caráter político e estratégico.

"Existem determinadas questões que só podem ser resolvidas em nível presidencial. Pênalti é algo tão importante que precisa ser batido pelo presidente do time", comparou Marco Aurélio durante visita a Buenos Aires em maio passado, onde participou de um seminário, após a última reunião bilateral entre Cristina e Dilma, em 27 de abril.

A decisão de enviar o ministro Pimentel o mais rápido possível à Argentina foi tomada pela própria presidente do Brasil como reação à recente decisão do governo da presidente Cristina Kirchner de retirar as concessões ferroviárias da empresa brasileira América Latina Logística (ALL) na Argentina.

Dilma Rousseff tem convivido com queixas constantes e crescentes dos empresários brasileiros com interesses afetados na Argentina.

Os mais recentes episódios incluem a decisão da companhia de mineração Vale de suspender um mega projeto de 6 bilhões de dólares, a saída da fabricante de louças e sanitários Deca Piazza, o encolhimento ao mínimo da operação de frigoríficos brasileiros na Argentina e os constantes entraves às importações.

"Nós queremos fazer uma negociação global. Não vamos separar as relações Argentina-Brasil em comércio, acordo automotivo ou financiamentos (do BNDES para, por exemplo, a linha ferroviária Sarmiento, em Buenos Aires, recentemente local de um segundo acidente). Nós queremos fazer um pacote", explicou Marco Aurélio no mês passado.

"A negociação global é importante porque não podemos dar ali e perder aqui", ilustrou.

Os empresários brasileiros questionam o que chamam de "passividade" do governo brasileiro perante as medidas argentinas.

O Brasil convive internamente com uma queda no superávit comercial e com uma desaceleração econômica.

Economistas atribuem como boa parte da causa o protecionismo argentino.

As restrições às importações brasileiras, as proibições de repatriar dividendos, as restrições à compra de moeda estrangeira e as constantes intervenções do governo nos mercados são apontados por empresários e analistas como motivos que afetam o clima de negócios na Argentina, fazendo com que as empresas "congelem investimentos" ou "queiram abandonar o país", como disseram fontes governamentais, e sintam que o Mercosul não atende expectativas de "propiciar o fluxo de investimentos e de incrementar o comércio".

"As restrições às importações afetam a relação com o Brasil, mas não profundamente. Há restrições de comércio? Há. Nós queremos acabar com essas restrições porque queremos fortalecer o Mercosul e não se pode fortalecer com restrições ao comércio", avaliou, na ocasião, Marco Aurélio diante das queixas de empresários que reclamam da paralisia do Mercosul devido às restrições impostas pelo governo argentino.

Enquanto o ministro Fernando Pimentel representa a linha dura dentro do governo brasileiro quanto à visão de como deve ser encaminhada a relação com a Argentina, Marco Aurélio Garcia representa uma linha mais contemplativa para a qual a relação com a Argentina é uma aliança política estratégica à prova de qualquer tensão bilateral.

Segundo a informação oficial, eles retornaram à Brasília, na noite da mesma segunda-feira, assim que a reunião terminou.

Espera-se que eles realizem um balanço da reunião durante encontro, esta semana, com a presidente Dilma, em Brasília.

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