Brasília, 21/11/2013 – O ministro da Defesa, Celso Amorim, e seu contraparte argentino, Agustín Rossi, estiveram reunidos na manhã desta quinta-feira, em Brasília, para tratar de medidas visando fortalecer a parceria bilateral entre Brasil e Argentina no setor de defesa. Após o encontro, os ministros assinaram declaração conjunta na qual reforçam o compromisso com a “vitalidade” da associação estratégica entre os dois países, a partir da contínua dinamização da cooperação no âmbito da política de defesa e industrial do setor.
O ministro Agustín Rossi chegou ao Ministério da Defesa no final da manhã, sendo recebido com honras militares. Após passar em revista às tropas, seguiu com o ministro Amorim para o gabinete, onde permaneceram reunidos por alguns minutos. Em seguida, participaram do encontro ampliado. Na abertura da reunião, Amorim destacou que a visita do colega argentino “nos permite avançar em temas que tratamos na visita que fiz à Argentina”.
A defesa cibernética foi o primeiro assunto abordado na reunião. O ministro brasileiro lembrou que o colega argentino visitará, em sua passagem por Brasília, o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), localizado no Quartel General do Exército. Segundo Amorim, os integrantes da comitiva conhecerão detalhes da atuação da Força Terrestre no assunto. O ministro brasileiro reiterou também convite para que as Forças Armadas daquele país envie oficiais e praças para cursos de guerra cibernética que ocorrerão em 2014 e 2015.
A jornalistas, Rossi e Amorim também disseram que o Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS) tentará reforçar a cooperação em ciberdefesa no âmbito regional. Amorim, contudo, apontou a disposição de brasileiros e argentinos em dar prioridade ao tema. "Enquanto o assunto se discute na Unasul, Brasil e Argentina avançam no plano bilateral", afirmou.
Na conversa, o ministro brasileiro abriu espaço para agradecer ao governo da Argentina pelo apoio quando do incêndio na Base Antártica Comandante Ferraz. O ministro Rossi informou que está em curso o reforço da base em Ushuaia que permitirá manobras e apoio às ações à base antártica. A expectativa é que, a partir do próximo ano, o local esteja à disposição dos governos com toda infraestrutura para garantir as operações.
Depois, os dois ministros entraram em temas referentes à indústria de defesa. Amorim lembrou que, recentemente, foi iniciado entendimento do projeto do VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) regional, com a definição do equipamento de tamanho médio. O assunto é tratado no âmbito da UNASUL (União das Nações Sul-americanas).
Ainda sobre o setor industrial, os dois ministros abordaram o desenvolvimento do projeto KC-390, que irá substituir os aviões Hércules e tem na indústria argentina o fornecedor de peças e componentes na fabricação da aeronave. Depois, Amorim indagou Rossi sobre o interesse argentino no blindado Guarani, novo carro de combate brasileiro que tem uma planta da fabricante Iveco na cidade de Sete Lagoas (MG).
Segundo informe da Casa Rosada acompanharam o Ministro Rossi:
"Acompañan al ministro el jefe de Gabinete, Sergio Rossi; el subsecretario de Asuntos Internacionales para la Defensa, Roberto de Luise. Además, el titular del Estado Mayor Conjunto de las FFAA, general de brigada Luis Carena; y el jefe del Ejército, general de División César Milani; de la Armada, contraalmirante Gastón Fernando Erice; y de la Fuerza Aérea, brigadier Mario Callejo." |
Tropas no Haiti
A presença militar no Haiti entrou na pauta da reunião bilateral. Agustín Rossi lembrou que o presidente do Uruguai, José Mujica, manifestou interesse em retirar os militares uruguaios da missão de paz da ONU no país caribenho. Na conversa, o ministro argentino frisou a importância de que o assunto seja objeto de análise conjunta dos países que compõem o CDS.
O ministro brasileiro fez um relato da participação das Forças Armadas. Ele informou que, a partir do terremoto que devastou o Haiti, o governo aumentou seus efetivos com o envio de tropas do batalhão de engenharia, mas que atualmente a presença na capital Porto Príncipe foi diminuída ao contingente anterior ao terremoto. Porém, frisou a importância do trabalho continuado.
Amorim recordou também que o governo fez doação de US$ 40 milhões para a construção de usina hidrelétrica (Artibonite) que permitiria o abastecimento de energia em parte do país.
“Os recursos que estão parados no Banco Mundial. E as obras somente sairiam se houvesse contribuições de outros parceiros, mas elas não vieram”, lamentou Amorim.
Após o encontro bilateral, o ministro Rossi participou de almoço. Ao término, houve a troca de presentes, ocasião em que Amorim brincou com o colega argentino ao lhe oferecer uma camisa oficial da seleção brasileira de futebol. Ambos riram bastante. “Isso é uma provocação”, disse Amorim mostrando a camisa canarinho para os fotógrafos.
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