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Bombas põem NY em alerta

As autoridades americanas lançaram ontem uma extensa caçada aos suspeitos pela explosão de uma bomba que feriu 29 pessoas em Manhattan na noite de sábado, num ataque que colocou Nova York em alerta apenas um dia antes da chegada de líderes mundiais para a Assembleia Geral das Nações Unidas. Classificando o ato como terrorismo, o governador Andrew Cuomo disse que até o momento não há indícios de ligação com grupos internacionais.

Uma segunda bomba encontrada na cidade, um ataque com faca reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) em Minnesota e outro incidente com bomba em Nova Jersey no mesmo dia expuseram os desafios de segurança nos Estados Unidos, no momento em que o país acaba de homenagear o 15º aniversário do 11 de Setembro.

Ao todo, foram 15 horas de apreensão durante as quais os americanos viram atentados ocorrerem em três estados do país. Em uma entrevista coletiva ontem, Cuomo afirmou que a bomba em Nova York foi projetada para matar. A cidade, que já estava com a segurança reforçada para a chegada de governantes — como o presidente Michel Temer, que desembarcou ontem — vai ter mais mil policiais estaduais e integrantes da Guarda Nacional mobilizados em aeroportos, terminais de ônibus e estações de metrô para reforçar a segurança dos nova-iorquinos. A explosão foi o primeiro ataque terrorista bem sucedido desde o 11 de Setembro.

— Este é um cenário de pesadelo — afirmou Cuomo. — Nós realmente tivemos muita sorte em não haver mortes. Mais cauteloso, o prefeito Bill de Blasio, ressaltou que enquanto a detonação da bomba foi claramente um ato intencional, a motivação permanece um mistério.

— Sabemos que foi um incidente muito sério — observou o prefeito. — Mas nós temos muito mais trabalho a fazer para dizer que tipo de motivação estava por trás disso. A explosão foi registrada em Chelsea, um dos bairros mais elegantes de Manhattan, em frente a uma associação de ajuda a deficientes visuais. Repleta de restaurantes e prédios residenciais luxuosos, a área foi tomada por pânico.

SUSPEITA DE AÇÃO COORDENADA

Logo após a primeira explosão, um homem ligou para o serviço de emergência alertando para novos ataques, de acordo com o jornal “New York Post”. Poucas horas depois, a polícia encontrou uma segunda bomba a quatro quadras de distância, que foi desarmada e levada para análise. Segundo fontes, os dois explosivos — semelhantes aos usados nos ataques à Maratona de Boston — foram feitos com panela de pressão e tinham fragmentos e estilhaços para causar o maior dano possível. O “New York Times” informou ontem que a polícia identificou “uma pessoa de interesse”.

Ex-agente da CIA, Bob Baer avaliou que a existência dos dois dispositivos sugere uma ação coordenada. Os artefatos podem ter ainda relação com a bomba que explodiu em Seaside Park, no estado vizinho de Nova Jersey, durante uma corrida dos Marines, sem deixar feridos. A Fox News citou uma fonte anônima dizendo que investigadores acreditam que os explosivos nas duas cidades foram feitos pela mesma pessoa.

O terrorismo está no centro do debate entre os candidatos presidenciais Donald Trump e Hillary Clinton. Antes de as autoridades confirmarem a causa da explosão, o republicano disse que havia sido uma bomba. Sua rival democrata, Hillary Clinton, reagiu às declarações do adversário, embora mais tarde também tenha utilizado a palavra “bomba”. O comissário da polícia de Nova York, James P. O’Neill, pediu aos nova-iorquinos para permanecerem vigilantes.

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