Venezuela realizará eleição no dia 14, com Nicolás Maduro como favorito para lugar de Chávez, morto em março FLÁVIA MARREIRO Em coincidência com a reta final da campanha da Venezuela, o chanceler do país, Elias Jaua, fará sua primeira visita a Brasília no novo cargo na terça-feira. Jaua, que chegou ao posto em janeiro, vai se reunir com colega Antonio Patriota e um dos pontos da agenda deve ser a ampliação do contrato da companhia estatal Conviasa para a compra de aviões de carreira da Embraer. Em 2012, Caracas acertou a compra de seis aviões E-190 de US$ 271,2 milhões. Segundo a Folha apurou, o número de aviões passará a 13, com opção de compra de outros sete, e o negócio contará agora com financiamento do BNDES recém aprovado. ORQUESTRA E DUDAMEL Jaua estará em Brasília na companhia da prestigiosa Orquestra Simón Bolívar, que se apresentará na noite de terça na cidade com a regência do maestro Gustavo Dudamel (há apresentações hoje e amanhã em São Paulo). A orquestra e o elogiado Dudamel são fruto do sistema público nacional de orquestras infantis e juvenis criado na Venezuela em 1975. No poder, Hugo Chávez apoiou a iniciativa, que é hoje bandeira internacional do governo para promover música e inclusão social. Jaua vai ao concerto e está prevista a presença da presidente Dilma Rousseff. UM MÊS SEM CHÁVEZ No aniversário de um mês da morte de Hugo Chávez, o mandatário interino e candidato presidencial, Nicolás Maduro, fez várias homenagens ao esquerdista, uma delas ante as forças militares. Maduro, civil escolhido pelo militar Chávez como herdeiro, prometeu a criação de um centro de pesquisa para desenvolver a indústria militar venezuelana. Desde que assumiu o poder, Maduro tem dito, sob críticas da oposição e analistas de defesa, que as decisões do país estão sendo tomadas pelo "comando cívico-militar da revolução", do qual faz parte os componentes armados. Ontem, o candidato opositor Henrique Capriles, atrás nas pesquisas de intenção de voto, resolveu se dirigir diretamente aos militares pelo segundo dia consecutivo. No Twitter, disse ter recebido mensagens de oficiais se queixando de ter de participar de um ato com Maduro. Anteontem, voltou a dizer que se ganhar, seu ministro da Defesa será um "general da ativa" -insinuando que nem toda alta cúpula apoia Maduro. "Jamais terão que por a camisa de um partido", prometeu. |