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Biden falará com o presidente ucraniano em meio a tensões com a Rússia

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve conversar por telefone nesta quinta-feira (9) com seu colega ucraniano Volodimir Zelensky, após alertar Vladimir Putin sobre sanções como "nunca vistas" se tropas russas atacarem a Ucrânia.

"Deixei bem claro que, se invadir a Ucrânia, haverá consequências, graves consequências, consequências econômicas como nunca se viu antes", declarou Biden na quarta-feira, um dia após uma reunião de duas horas com o presidente russo, que considerou que Moscou tem "o direito" de se defender.

Embora Biden tenha descartado por enquanto o envio de tropas americanas, uma vez que Kiev não é membro da Otan, a pressão diplomática se acentua sobre o Kremlin, acusado de posicionar dezenas de milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia.

Após a conversa com Zelensky, Biden discutirá a crise regional com os dirigentes do "grupo dos nove de Bucareste", que reúne países do Leste Europeu membros da Otan, entre os quais Polônia, Hungria e Países Bálticos.

Na quarta-feira, Kiev recebeu o apoio do novo chanceler alemão, Olaf Scholz, que ameaçou com possíveis "consequências" o gasoduto Nord Stream II – que conecta a Rússia com a Alemanha – se as tropas de Moscou invadirem a Ucrânia.

"Nossa posição é muito clara, queremos que todos respeitem a inviolabilidade das fronteiras. Todos devem entender que, em caso contrário, teria consequências", declarou em sua primeira entrevista após assumir o poder.

A Casa Branca não informou se Biden mencionou essa via de pressão a Putin, mas o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, insistiu nessa opção como "absolutamente prioritária".

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, concordaram na quarta-feira "sobre a necessidade de impor sanções rápidas e severas à Rússia" caso a escalada militar se intensifique.

Reino Unido e França também se juntaram ao coro de vozes europeias exortando contenção.

A Rússia, que anexou a península da Crimeia em 2014, nega qualquer intenção bélica, mas se opõe à adesão de Kiev á Otan.

Putin afirmou na quarta que a Rússia tem o "direito de defender sua segurança", estimando que permitir que a Otan se aproxime de suas fronteiras sem reagir seria "criminoso".

A Ucrânia luta contra os separatistas russos nas regiões de Luhansk e Donetsk desde 2014, em um conflito iniciado pouco depois de Moscou ter ocupado a Crimeia.

Kiev e seus aliados ocidentais acusam o Kremlin de apoiar os separatistas militar, financeira e politicamente, o que Moscou nega. O conflito custou mais de 13.000 vidas.

Rússia e EUA devem ter nova conversa sobre disputa diplomática até fim do ano, diz Ifax¹

Rússia e Estados Unidos realizarão uma nova rodada de negociações para resolver uma disputa sobre o pessoal diplomático em suas embaixadas até o final do ano, disse o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, segundo relato da agência Interfax nesta quinta-feira.

As embaixadas dos EUA e da Rússia têm estado sob pressão de pessoal em meio a expulsões motivadas por retaliações de parte a parte e outras restrições impostas mutuamente, num momento em que as relações bilaterais chegaram ao seu ponto mais baixo desde o fim da Guerra Fria.

Rússia bloqueia serviço de privacidade Tor, aumentando controle da internet¹

A Rússia intensificou nesta quarta-feira a supervisão da atividade na internet ao bloquear o site do serviço global de privacidade Tor e parte de sua rede mais ampla, com o regulador acusando-o de permitir o acesso a conteúdo ilegal.

A Rússia tem exercido feito crescente sobre empresas estrangeiras de tecnologia a respeito do conteúdo compartilhado em suas plataformas e sobre redes privadas virtuais, numa campanha que segundo críticos sufoca a liberdade na internet.

O regulador Roskomnadzor disse que o site www.torproject.org foi proibido com base em uma decisão judicial.

"O motivo para isso foi a colocação de informações neste site que permitem a operação de ferramentas que fornecem acesso a conteúdo ilegal", afirmou o Roskomnadzor.

O Tor, fundado por cientistas da computação dos EUA, disse que sem acesso a seus serviços, centenas de milhares de pessoas não teriam mais uma forma segura de se comunicarem dentro da Rússia e globalmente.

A rede Tor é usada para ocultar endereços IP de computador para esconder a identidade de um usuário da internet. A empresa, cuja missão declarada é promover direitos humanos e liberdades, afirma ter mais de 300 mil usuários na Rússia, ou 14% de todos os usuários diários, perdendo apenas para os Estados Unidos.

A Reuters verificou que o site Tor estava inacessível. O acesso ao navegador Tor e outros elementos da infraestrutura do Tor estava limitado.

¹com Reuters
 

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