"Revolução através da Rede Social" é como se intitula o grupo que atualmente faz tremer nas bases o presidente bielorrusso, Alexander Lukachenko. A rede já conta 25 mil membros, e sua comunicação transcorre online através da plataforma vkontakte (em russo: "em contato"), uma versão russa do Facebook. Numa carta aberta ao "cidadão Lukachenko", os organizadores declararam guerra ao regime do odiado chefe de Estado. "Não lutamos por um pedaço de salsicha, ou por 20 dólares a mais, mas sim pela liberdade", rezava o documento.
Deste modo, a tarefa autoimposta dos ativistas online é avivar os cidadãos e organizar o protesto, a fim de alcançar amplas camadas da população, sobretudo a classe operária. Além disso, o protesto precisa, por assim dizer, passar do mundo virtual à esfera real.
O especialista em Belarus Ingo Petz não considera mero acaso o fato de revolucionários da internet estarem à frente do movimento de protesto. Como parte da onda de repressão iniciada após as eleições presidenciais de 2010, políticos da oposição foram aprisionados, condenados em processos de fachada e coagidos ao exílio. O resultado foi a neutralização total da oposição político-partidária. Agora, outros poderes da sociedade tomam o seu lugar, conclui Petz.