Grupo ciberativista anuncia roubo de 1 gigabyte de dados secretos, mas distribui apenas um relatório no Twitter; aliança ainda investiga o caso
Ciberativistas anunciaram ontem ter invadido o sistema de dados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e roubado "vários" documentos secretos da aliança militar – ao todo, 1 gigabyte em arquivos de texto.
Vinculados ao grupo conhecido como "Anonymous", os hackers disseram que seria "irresponsável" divulgar todo o material sem uma análise prévia. Mas, para provar a veracidade das declarações, liberaram no Twitter um relatório secreto da Otan sobre terceirização de funcionários. Os ciberativistas prometem agora começar a soltar na internet os dados roubados no ataque.
A Otan não comentou publicamente a invasão. Mas, nos bastidores, funcionários da organização afirmavam ontem que o caso está sendo analisado com cuidado por especialistas.
"Condenamos fortemente qualquer vazamento de documentos secretos, que podem levar a ameaças à segurança da Otan, de seus aliados e de cidadãos", disse uma fonte em condição de anonimato à agência Associated Press.
Em sua conta do Twitter, o Anonymous provocou a mais poderosa aliança militar do mundo. "Oi, Otan. Sim, temos mais dados deliciosos de vocês", disse o grupo no microblog, após divulgar um relatório que provaria a invasão.
Uribe na mira. O Anonymous é um grupo simpático ao WikiLeaks, que também atua contra a restrição da informação. Seis ativistas já atacaram empresas e instituições de governos ao redor do mundo.
O grupo diz, por exemplo, ter sido o responsável pela queda, em dezembro, nos serviços das empresas de cartão de crédito Visa e MasterCard e do sistema de pagamento online PayPal depois que as companhias vetaram o uso de seus serviços para doações ao WikiLeaks.
No início da semana, o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe teve sua conta invadida no Twitter invadida por hackers que diziam integrar uma "filial" do Anonymous na Colômbia.
Marcado como "secreto", o relatório da Otan distribuído ontem pelo grupo data de julho de 2007. Sem nenhuma revelação polêmica, o documento trata apenas da contratação de empresas privadas de comunicação pela aliança militar atlântica.
AP e Reuters