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Alemanha anuncia envio de até 650 soldados ao Mali

A ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, anunciou nesta quarta-feira (25/11) que a Alemanha enviará até 650 soldados ao Mali para apoiar a missão de paz da ONU no país, liderada pela França.

A Alemanha tem atualmente nove soldados no país africano, que participam da Missão Multidimensional Integrada da ONU para a Estabilização do Mali (Minusma), além de 200 na Missão de Formação da União Europeia no Mali (EUTM, na sigla em inglês), no sul do país.

O anúncio do envio de mais militares alemães para o Mali foi feito quase duas semanas após os ataques terroristas de 13 de novembro em Paris, que deixaram 130 mortos, e menos de uma semana depois do ataque da Al Qaeda a um hotel de luxo em Bamako, capital do Mali, que matou ao menos 21 pessoas.

Os ataques em Paris colocaram a França na vanguarda da caçada para erradicar as ameaças terroristas ao redor do mundo. O país já tem milhares de tropas em sua ex-colônia Mali, mas o recente ataque em Bamako intensificou os temores de que o país africano ainda seja incapaz de impedir que grupos terroristas operem dentro de suas fronteiras, particularmente no instável norte.

Von der Leyen afirmou que a decisão tem como objetivo ajudar a aliviar a pressão militar sobre a França, que se esforça na luta contra o "Estado Islâmico" (EI). A ministra acrescentou que a Alemanha está a planejando aumentar de 100 para 150 o número de soldados que treinam forças curdas peshmerga para lutar contra o EI no Iraque.

As forças francesas intervieram no norte do Mali em 2013 para ajudar a derrubar o grupo separatista tuaregue e grupos rebeldes islâmicos que haviam estabelecido o controle sobre grandes áreas de território um ano antes. Missões internacionais de paz tentam, desde então, manter a segurança no país.

O Parlamento alemão decidiu, primeiro, enviar soldados para o Mali como parte da Missão de Formação da União Europeia no Mali, em fevereiro de 2013, a pedido do governo do Mali e sob a autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O mandato foi estendido até maio de 2016, e o número de tropas que podem ser enviadas foi elevado para 350.

A decisão de enviar os 650 soldados adicionais ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento alemão.

Merkel promete ajudar França na luta contra o terrorismo do EI

Em Washington, encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, na terça-feira, para em seguida retornar a Paris e dialogar com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, além de uma visita agendada a Moscou e ao líder russo, Vladimir Putin, para esta quinta-feira. O presidente da França, François Hollande, está em turnê num esforço para estruturar uma coalizão para combater a organização terrorista do "Estado Islâmico" (EI).

Nesta quarta-feira (25/11), Hollande e Merkel se encontraram na Praça da República, local que se tornou principal ponto para homenagens após os ataques de 13 de novembro na capital francesa. Merkel depositou flores, comprometeu-se "agir rapidamente" na luta contra o EI e prometeu completa solidariedade ao presidente francês.

"Nós temos um inimigo em comum: o terrorismo. O 'Estado Islâmico' não será convencido por meio de palavras. Ele tem de ser derrotado militarmente", disse a chanceler federal alemã, ressaltando, porém, que cortar o fluxo de receitas ao EI deve ser o ponto central de uma estratégia conjunta.

Já Hollande disse que espera que a Alemanha possa "se envolver mais" no Iraque a na Síria. "Caso a Alemanha consiga dar um passo adiante, seria um ótimo sinal", afirmou. O presidente francês, porém, não apresentou reivindicações específicas.

Apesar de especulações na imprensa alemã, o governo de Berlim, até agora, procurou oferecer assistência militar em missões de paz em outras regiões do mundo. Antes do encontro dos dois líderes em Paris e depois do ataque contra um hotel em Bamako, no Mali, a Alemanha se comprometeu a enviar 650 soldados ao país africano para aliviar as tropas francesas que estão combatendo radicais islâmicos. Hollande saudou a medida.

"Controle das fronteiras não está suficientemente garantido"

Merkel também aproveitou para lamentar que o controle das fronteiras externas da União Europeia (UE) "não esteja suficientemente garantido" e insistiu que a Europa alcance um entendimento com a Turquia para pôr ordem no fluxo de refugiados. Ela reiterou que é necessário "encontrar uma solução humanitária" para os refugiados que fogem da guerra e do terrorismo do EI na Síria e no Iraque.

Em relação à Turquia, Hollande também pediu a intervenção de Merkel para tentar aliviar as tensões entre Ancara e Moscou, após o abatimento de um caça russo na fronteira entre Turquia e Síria. O desentendimento entre os dois países pode chegar a ser um obstáculo considerável para a formação de uma coalizão anti-EI.

"Temos todos que trabalhar para certificarmos que a situação não se agrave", disse Hollande. O presidente francês embarca nesta quinta-feira para um encontro com Putin, em Moscou. Sua busca por uma cooperação mais estreita, no entanto, tem resultado em poucos compromissos.

No caso de Washington, apesar da unidade demonstrada entre França e Estados Unidos após os atentados em Paris, Hollande obteve de Obama apenas a promessa de intensificar os ataques aéreos e a troca de informações bilateral.

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