Nota DefesaNet
O artigo de A. Woloszyn traz um ponto não discutido no Brasil. Afinal qual é o status das relações Brasil-China? No governo Luiz Inácio militares de alta patente foram recebidos pelo próprio presidente, o que é um fato raro, em qualquer país.
Ver as matérias:
Jobim irá à China para intensificar relações militares bilaterais 2008 DefesaNet Link
Comunicado Conjunto Brasil – China 2010 Link
O Editor
André Luís Woloszyn
Analista de Assuntos Estratégicos
Em recente relatório do Banco Central sobre investimentos externos, consta o fato de que estrangeiros teriam investidos cerca de U$ 60 bilhões de dólares na compra de amplas áreas de terra, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do país, a maioria chineses. Coincidência ou não, e lá que estão localizadas grandes jazidas de minério e outros minerais valiosos na confecção de diversos produtos industriais e de consumo. E, particularmente, na região centro-oeste, grandes áreas propensas a plantação de gêneros alimentícios, especialmente a soja e a criação de gado.
Segundo informações complementares, estes estariam utilizando laranjas para dissimular a compra destes latifúndios, pois caso contrário, despertaria a atenção das autoridades lançando dúvidas sobre o real interesse em se estabelecer no Brasil, questão, aliás, de fácil compreensão. Todos sabem dos objetivos estratégicos da China, de a curto e médio prazo, torna-se a primeira potência econômica e militar do planeta, desbancando os EUA. E com seu acelerado ritmo de crescimento, torna-se fundamental buscar novas fontes e recursos estratégicos em relativa abundância no país.
A polêmica, de aquisição de terras por estrangeiros é antiga, e regulada pela Lei nº 5.709/71, uma lei vigente a mais de 40 anos, em análise pela Advocacia Geral da União (AGU). O Núcleo de Estudos de Pesquisa do Senado Federal possui estudos direcionados ao tema que revelam o crescimento destes casos a partir de 2008. Entre suas conclusões, afirma que “as terras compradas por estrangeiros é uma forma de minimizar os efeitos negativos do processo, inflacionário no mercado, oportunizando acesso privilegiado a alimentos” Sendo a China, o país mais populoso com 1,339 bilhões de pessoas dos 7 bilhões de habitantes do mundo e com tendências de crescimento (em 1953 o país tinha 594 milhões de habitantes e em 200 este número subiu para 1,265 bilhões), novas fontes não são apenas uma alternativa mas uma necessidade de sobrevivência.
Caso sejam comprovadas estas informações, estamos diante de uma estratégia espancionista indireta, ocasionada pela leniência da lei que trata desta questão e da inocência das autoridades brasileiras para quem todos são amigos.
Já possuímos problemas com a concorrência dos produtos chineses que ameaçam desbancar a indústria nacional como ocorreu, na década de 90, com a produção de calçados. Este é mais um negócio verdadeiramente da china, que sempre foi bom, mas apenas para os chineses!