Humberto de la Calle, chefe da Comissão de negociadores do governo nacional no processo de paz que teve início em 18 de outubro, em Oslo, garantiu em emissoras do Exército que jamais serão postos em discussão na mesa temas referentes às Forças Armadas.
Na primeira declaração aos meios de comunicação depois de instalado o processo de paz, o chefe da Comissão de negociadores do governo, Humberto de la Calle, e o General (reformado) Jorge Enrique Mora participaram de uma entrevista à Emissora do Exército Nacional, quando asseguraram a todos os integrantes da Força Pública que a dignidade das tropas e a doutrina militar jamais entrarão em discussão durante os diálogos.
“Fica absolutamente claro que não se negocia a doutrina militar, não cessam as operações, não há zonas de desocupação, não se suspendem os processos judiciais contra integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC); foram suspensas as ordens de captura para o traslado a Havana, mas a justiça continua caminhando como deve ser”, garantiu Humberto de la Calle.
O General (reformado) Mora Rangel, ex-comandante do Exército e que também participa da comissão do governo no processo de paz, foi enfático ao assegurar que “nossos soldados podem ter a absoluta tranquilidade de que não se negociarão as forças militares nas mesas de conversações, de que não haverá uma aceitação de exigência de diminuição das forças, ou seja, de modificar a doutrina militar, porque está definido e absolutamente claro que somos nós, o Exército, que defendemos todos os colombianos”.
Esses integrantes da mesa de negociações também reconheceram que o país chegou a essas instâncias graças aos resultados das forças militares e negaram que atualmente haja algo parecido com os processos fracassados do passado.
“Hoje o papel crucial para a sobrevivência da democracia está nos ombros dos soldados e policiais que, graças a suas conquistas em todas as frentes, ao progresso na defesa do respeito aos direitos humanos, podemos avançar nesses caminhos”, concluiu De la Calle.
“Todos os membros que fazem parte da comissão estão sentados à mesa com o coração e a mente nos homens de nosso Exército; temos todos vocês no coração e na mente e essa é a maior tranquilidade deste processo”, finalizou Mora Rangel.
Por fim, os integrantes da comissão de governo da mesa de diálogos concordaram em advertir que esse processo tem muitas diferenças em relação àquele vivido anteriormente e tudo graças ao fato de que as Forças Armadas têm hoje mais capacidade, mais entrega e mais sacrifício, o que se viu refletido nas conquistas durante as operações.