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Informe Otalvora – Maduro se aferra ao poder com receituário cubano

Nora DefesaNet

Acesse a matéria  no original em espanho no Diário las Américas

Maduro se aferra al poder con recetario cubano Link

O editor

 

EDGARC.OTÁLVORA/ANALISTA
@Ecotalvora

Os presidentes da China,XiJinpinge o da Rússia, Vladimir Putin, viajam à América Latina,em meados de julhopara reuniãoem Fortaleza, Brasil. Eles visitarão cada um, Havana eBuenosAires

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Neutralizar a oposição democrática, expulsar do  governo os dissidentes, fortalecer a aliança com os setores  militares, construir pontes com os grandes empresários, ampliar a participação no governo dos quadros (radicais de formação política e paramilitar cubano) da Frente Francisco de Miranda e tentar reduzir a crise econômica, é a receita que o "comando da revolução bolivariana" aplica à Venezuela.

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O modelo criado por Hugo Chávez para financiar seu regime já fazia água no momento de sua morte, oficialmente registrada em 05MAR13. O relatório financeiro da estatal PDVSA, de 27JUN14, mostra uma grande redução da contribuição do petróleo para financiar as despesas feitas pelo governo em paralelo com o orçamento do Estado. Os recursos fornecidos pela PDVSA ao governo (como proprietário), não são imposto de renda, mas sim como custos incorridos pela empresa após a contabilização dos ganhos e perdas. Em 2011, a PDVSA transferiu para o governo mais de U$ 30 bilhões de dólares. As contribuições em2012 foram de U$17 bilhões, e  em 2013 alcançou U$ 13 bilhões. Com o jargão oficial chamado de "Contribuições para o Desenvolvimento Social" foi de 56% entre 2011 e 2013. Tais "contribuições" serviram na última década para financiar todos os tipos de despesas desde a aquisição de armas da Rússia ou para atividades eleitorais do partido no poder.

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A deterioração´da saúde e após a morte de Chávez levou ao controle da área econômica do Estado venezuelano com total apoio do regime cubano. O círculo optou por manter altos níveis de gastos públicos, com uma moeda sobrevalorizada, para garantir o apoio popular paraa transição de Chávez para Nicolas Maduro. A fonte de novos recursos para financiar as despesas do regime de Chávez seria a China, com empréstimos, em troca de entregas futuras de petróleo. Isso teria motivado a discreta viagem do chanceler Elias Jaua de Havana à Xangai, em 01FEB13, para se encontrar com Yu Zhensheng, poderoso presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo e membro do Comitê Permanente do Birô Político do ComitêCentral do PartidoComunista Chinês.

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Enquanto o "Comando da Revolução" propunha  a intenção decontinuar com o mesmo modelo econômico de altos gastos, grupos do chavismo pensavam em outras soluções. Grupos radicais, como o representado pelo teórico Toby Valderrama, propôs um aprofundamento da revolução para o socialismo com a liquidação do "capitalismo rentista".  O Ministro Jorge Giordani, propôs um planode choque econômico com redução de gastos e empréstimos estrangeiros, reduzindo o papel da  importação via iniciativa privada, o aumento dos preços do cobustível, entre outros. Em 04MAR14, Maduro afirmou dirigindo-se a grupos chavistas "não vamos ser retardados mentais, porque a construção do socialismo é desenvolver as forças produtivas da economiareal"e perguntou: "fazer economia mista produtiva e dinâmica em todos os campos." Para Valderrama, a política econômica de Maduro é social-democrata e o acusa de ter cedido à burguesia. Para Giordani afirma que Maduro traíu o legado de Chávez. Ambos ficaram fora do atual chavismo no poder.

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A 28JUN14, Maduro anunciou a chegada de 2.000 contêineres carregados com eletrodomesticos chineses adquiridos pelo governo venezuelano. Os equipamentos serão comercializados e, em muitos casos, doados pelo governo. O anúncio não é novo, vem em meio a um debate dentro do chavismo que demonstra o desconforto criado pela situação econômica (inflação elevada e escassez, a desvalorização, a queda real nos investimentos do governos, falta de pagamentos a fornecedorese paralização de obras públicas) na base política do chavismo. Os aparelhos eletrodomesticos anunciados por Maduro parecem indicar o rumo escolhido pelo regime: manter os sistemas de consumo baseados nas importações feitas diretamente pelo governo onde os militares têm grande participação (alimentos, medicamentos, brinquedos, etc.). Reestruturar dívida tentar reduzir o total dos pagamentos. Especular com a taxa de câmbio para garantir mais fundos, em moeda local, para o governo. A esperança do regime, ao que parece, é que em dois ou três anos,a produção de petróleo, nas concessões nas mãos de empresas estrangeiras  suba rapidamenteeaumente as receitas fiscais. ( Nota DefesaNet – e os preços do barril sejam superiores a U$ 100/Barril)

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Maduro quer reestruturar o governo e Cuba lhe mandou um assessor "econômico" de baixo escalão, uma personalidade respeitada na Cuba de Castro, dado seus laços com Ernesto Guevara, mas pouca ou nenhuma influência sobre o regime da ilha. Este é Orlando Borrego Díaz, nascido em 1936 e que, com Guevara, sem treinamento formal,  ocupou posições-chave de controle da economia nos primeiros anos do governo de Castro. Borrego, que serviu como ministro da Indústria do Açúcar no final dos anos sessenta. Entrou no anedotário cubano quando Raul Castro o teria descrito como "fraco e imbecil". Foi a reação de Raul a um relatório de Borrego observando a impossibilidade de cumprir as metas de produção de cana, em 1970, planejada por Fidel Castro. Depois de transitar pelos altos círculos do governo cubano, Borrego formou-se em economia na Universidade de Havana e doutorado no Institutode Economia e Matemática da Academia Soviética de Ciências.

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Desde o início do regime de Chávez, Borrego tomou parte nos grupos de"intelectuais" que maciçamente visitaram Caracas para aprender sobre a "revolução" e que o embaixador chavista  Roy Chaderton chamava de "Boa vidas Internacionais". O livro de Borregos obre Guevara, El CaminodelFuego, foi lançado no Teatro Municipal de Caracas, em 08OUT04 e exaltado por  Chávez repetidamente.

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Em 2006, a Editorial Milenio, de Cuba, publicou o livro, Rumbo al socialismo: problemas del sistema económico y la dirección empresarial, que foi lançado na sede da PDVSA, em Caracas. Borrego aborda questões gerais associadas à construção do socialismo "processo bolivariano", que lhe valeu o reconhecimento dentro do chavismo. O governo venezuelano fez várias edições do livro de Borrego, que foram distribuídos como um guia para a formação política de base das Organizações Chavistas. Em 11JUN09, Chávez mostrou um exemplar deste livro como um dos recomendados, em um programa de TV chamado “OláPresidenteTeórica”, que destinava-se "a discutir questões importantes do socialismo, com a intenção de ir mesclando teoria e as experiências práticas. "O livro de Borrego teria servido de guia na Venezuela para estabelecer o conceito de "propriedade social", pela Lei Orgânicade Participação e Poder Popular (Ley Orgánica de Participación y Poder Popular), imposta por Chávez em dezembro de 2009.

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No início de 2008, Borrego foi contratado pela Fundação Che Guevara,  ligada ao Ministério da Economia Comunal da Venezuela, como consultor para a “Misíon Che Guevara”. O objetivo desta "Misíon" era fornecer "treinamento de alta qualidade técnicae educação ético-político" para "criar novos homens e mulheres com consciência revolucionária dentro dos princípios bolivarianos e socialistas". Em 31MAR08, uma mensagem oficial informou que a contratação de Borrego permitiria" orientar na grande tarefa de inserir, organizar e treinar mais de 41.700 lanceiros e lanceiras(…) para expor  as suas experiências e sua visão do que foi a vida de Ernesto Che Guevara". Como parte do processo de reestruturação do governo em curso, em 30JUN14, Maduro emitiu um decreto ordenando a dissolução da Fundação Che Guevara, rebatizando-a de “Fundación Gran Misión Saber y Trabajo”, que responderá ao Vice-Presidente Executivo.

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Rogelio Polanco Fuentes, o embaixador de Cuba na Venezuela, foi indicado para apresentar o livro Rumbo al socialismo, de Borrego, na Feira Internacional do Livro em Havana, em fevereiro de 2007. Polanco explicou que é "um livro feito para Cuba para a Venezuela" e destacou uma frase de Borrego:" a substituição da propriedade dos meios de produção não é um capricho produto da mente febril de qualquer ultra-esquerdista (…) é uma condição histórica indispensável". Borrego também advertiu que "um processo revolucionário perde energia por erros ou fraquezas ideológicas durante a sua implantação." Este é oconsultor contratado por Maduro para reformar seu governo. A arquitetura financeira, a reestruturação da dívida, os contactos com o capital internacional, estão nas mãos de outros"assessores"…

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