André Luís Woloszyn
Analista de Assuntos Estratégicos
Independentemente da ampliação das sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas pela realização de um teste com um míssil de longo alcance em dezembro de 2012, a Coréia do Norte finalizou mais um teste com armas nucleares, o terceiro desde o ano de 2006. Um flagrante desrespeito as normas e direito internacional, fato que ameaça a estabilidade e a segurança da península coreana e pode fomentar ainda mais as atividades militares na região.
A verdade é que Pyongyan nunca chegou a cumprir integralmente nenhuma das resoluções internacionais que tratam sobre armas nucleares, particularmente, os tratados de armas nucleares de longo alcance de 1987, o de redução de armas estratégicas de 1991 e o de banimento de testes nucleares (CTBT) assinado em 1996.
Trata-se de uma ação de governo mais política do que militar com diferentes objetivos. A propaganda, a meu ver, é o foco principal, com o intuito vender uma imagem à comunidade internacional de um pais forte e desenvolvido tecnologicamente, que supera seus problemas internos, especialmente econômicos. A intimidação seria outro ponto, usada com a finalidade de repelir preventivamente qualquer intenção hostil que supostamente venha ser adotada pela ONU, OTAN ou qualquer outro país como enfatiza o provébio romano Si vis pacem, para bellum, “Se queres a paz prepara-te para a guerra”.
Um das soluções possíveis para as constantes “quedas de braço” do governo de Pyongyan com a ONU seria a intensificação de negociações diplomáticas, a exemplo das que ocorreram entre EUA e URSS durante a Guerra Fria. A conjuntura seria ideal no momento em que o país sofre uma deteriorização econômica aliado a um isolamento internacional cada vez mais acentuado.