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EUA justificam uso de drones em ataques

Gustavo Chacra

Os argumentos legais dos governo dos EUA para lançar operações com aviões não tripulados (drones) no Paquistão, no Iêmen e na Somália foram tornados públicos ontem pela rede de TV NBC, que conseguiu acesso a eles por meio de fontes não identificadas. De acordo com as 16 páginas elaboradas pelo Departamento de Justiça, disponíveis no site da NBC, as operações são levadas adiante quando "há uma ameaça iminente aos EUA", os alvos são "líderes da Al-Qaeda ou de organizações afiliadas" e não existe "possibilidade de captura dos militantes".

Existe um consenso de que as operações com drones reduziram o poder de fogo da Al-Qaeda. Por outro lado, questiona-se a legalidade das ações porque civis são mortos e os militantes, incluindo pelo menos um americano, não tiveram direito a julgamento.

Até agora, os EUA realizaram cerca de 300 ataques com drones. Ao menos 2 mil militantes foram mortos. Não se sabe quantos civis morreram, mas estima-se que centenas. Há relatos e fotos de mulheres, crianças e idosos mortos nesses bombardeios, que se intensificaram depois de Obama chegar ao poder.

Os documentos divulgados pela NBC não abordam a morte de Anwar al-Awalaki, americano militante da Al-Qaeda, vítima de um ataque de drone no Iêmen sem direito a julgamento. Juristas afirmam que a ação violou os direitos constitucionais americanos, lembrando que até assassinos em série têm direito a defesa. O Departamento de Justiça tem um memorando sobre o caso, mas impede a imprensa de ter acesso. O principal arquiteto dessas operações é John Brennan, indicado para assumir o comando da CIA, que será sabatinado pelo Senado esta semana.

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