A Síria reclamou na Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira por causa do ataque aéreo israelense a um centro de pesquisa militar em Damasco. O governo sírio advertiu que tem o direito de se defender e responsabilizou “Israel e os Estados que o protegem no Conselho de Segurança” pelas consequências da agressão. O ataque foi criticado pela Rússia, pelo Irã e pela Liga Árabe. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que está preocupado com o ocorrido e chama “todos os envolvidos a evitar tensões”.
O bombardeio causou a morte de duas pessoas, segundo os sírios. Este foi o primeiro ataque israelense contra a Síria desde 2007. Em março de 2011 começou a revolta popular contra o presidente Bashar al-Assad que, depois, se transformou em guerra civil, mas sem intervenções externas.
"Caso a informação seja confirmada, isto significa que aconteceu um bombardeio sem nenhuma justificativa no território de um Estado soberano, o que viola grosseiramente a carta da ONU e é inaceitável, independente do motivo", afirma um comunicado da chancelaria russa. Por sua vez, o vice-ministro de Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdolahian, disse nesta quinta-feira que o ataque aéreo israelense terá graves consequências.
Até o momento, oficialmente Israel mantém silêncio absoluto sobre o assunto.
Por sua vez, o chefe da oposição síria, Ahmed Moaz al-Jatib, denunciou a passividade do regime diante do ataque israelense, em declarações à rede de televisão do Qatar Al-Jazeera. "Os aviões israelenses vieram, e os seus aviões só servem para destruir as mesquitas e as universidades e matar os civis", disse Jatib dirigindo-se ao presidente Bashar al-Assad.
Violência interna continua
Ao menos 21 rebeldes e 26 soldados morreram nas últimas 48 horas nos combates na província de Idleb, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Nesta quinta-feira, militares e rebeldes se enfrentavam no sul de Damasco, também bombardeado pela artilharia do regime, informou o órgão.
Este Observatório, que utiliza uma rede de ativistas e médicos como fonte de informação, também afirma que ocorrem combates perto do acampamento de refugiados palestinos de Yarmuk e bombardeios na periferia leste da capital. Na cidade de Homs, mais ao norte, o bairro de Jaldiyé, assediado há mais de seis meses pelo exército, era alvo de foguetes, segundo o OSDH.