Dois alunos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) de São José dos Campos, no interior de São Paulo, usaram a tecnologia para ajudar crianças com dificuldade de organizar idéias e de fala. A dupla criou um tipo de jogo de celular pra treinar o raciocínio e acelerar o aprendizado.
O projeto foi desenvolvido pelos alunos Éric Gomes e Márcio Araújo. O desafio era fazer um jogo educativo para celulares e tablets que ajudasse pessoas com dislexia, como explica Maria Estela Guimarães, psicóloga e mãe de um filho com dislexia. “É um distúrbio de aprendizagem que tem uma origem neurobiológica, quer dizer, está no cérebro, e interfere diretamente no processo de leitura e escrita”, conta.
Os meninos prometem que os jogos serão gratuitos pra baixar da internet, mas só em janeiro do ano que vem. A ideia deles foi reconhecida por uma ONG que ajuda pessoas com dislexia em todo o país. Como prêmio eles ganharam uma viagem aos Estados Unidos para conhecer o MIT, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, um dos mais importantes do mundo.
Ideia e aprovação
A ideia da dupla foi criar uma palavra cruzada com sílabas, diz um dos desenvolvedores. “No lugar de letras você coloca sílabas nas casas. E a sílaba fica em bolhas flutuando pela tela e você tem que arrastar ela para posição correta pra poder formar as palavras, que são faladas no início da frase”, explica Márcio Araújo.
Já Éric Gomes disse como a ideia surgiu. “A gente teve a ideia de pensar em um jogo que conseguisse abranger o maior número de dificuldades das crianças”, afirma.
Rodrigo Cerqueira, estudante com dislexia, aprendeu rápido a mexer com o jogo e aprovou principalmente a facilidade de acesso. “Eu acho legal estar no celular, porque você pode levar pra qualquer lugar. A ideia é muito boa”, disse.
A mãe também "brincou" um pouco e apontou as vantagens de ter mais essa ferramenta tecnológica para o aprendizado. “Eles conseguiram reunir em um aplicativo uma gama muito grande de repertórios para serem desenvolvidos como atenção, o rastreamento visual, a percepção visual, coordenação, motora, coordenação visomotora e memória”, explica a psicóloga.