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Decisão da ONU traz nova esperança à Palestina

Gustavo Nardon
Defesanet Agência de Notícias

Na última quinta-feira (29/11), em uma votação histórica com 138 votos favoráveis, a ONU elevou a Autoridade Palestina de “grupo observador” para “Estado não-membro observador”. Antes do início da votação, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediu à ONU a concessão  da “certidão de nascimento” da Palestina, afirmando que seria a última chance de salvação para o conflito com Israel.

Israel e EUA se opuseram à resolução. O governo israelense disse que tal decisão adiaria e, possivelmente, haveria um retrocesso nas negociações de paz. Da América Latina, somente o Panamá votou contra a resolução da ONU.

Com o reconhecimento da Palestina como Estado, Abbas terá acesso às agências e organismos internacionais da ONU, facilitando a acelerando o processo de paz na região. O povo palestino vê como uma aproximação à solução do conflito. Desta forma, palestinos e israelenses terão que se aceitar como Estados, assim a paz poderá ser construída.

Talvez o maior temor de Israel seja o de que palestinos usem seu novo status para entrar no Tribunal Penal Internacional e tentar acionar Israel judicialmente por supostos crimes de guerra cometidos em territórios ocupados, como na Cisjordânia.

Israel classifica a iniciativa palestina de uma violação dos Acordos de Oslo (1993), que traçam caminhos para a negociação bilateral (atualmente interrompida) de paz.

Em Israel

Em declarações à imprensa local, Shelly Yacimovich, deputa de oposição e presidente do Partido trabalhista, afirmou que Netanyahu e o chanceler Avigdor Lieberman "envergonharam o país internacionalmente" e presentearam os palestinos com uma vitória histórica. Além disso, a deputada israelense acusa a política externa do premiê como ponto principal para a resolução da ONU, assim como a paralisação do processo de paz com os palestinos.

Em sua edição desta sexta-feira, o diário israelense Haaretz afirma que Israel sofreu uma derrota "humilhante" na ONU e diz que o resultado foi uma "luz de advertência" ao país. No artigo do especialista em assuntos diplomáticos, Avi Issachroff, afirma que até poucos dias, parecia que Abbas poderia evaporar da consciência palestina e internacional, por conta das recentes ofensivas militares de Israel em Gaza na tentativa de neutralizar os ataques com foguetes de grupos palestinos.

O analista destaca que, agora, Abbas recuperou sua posição de liderança, ao menos entre os círculos políticos do mundo árabe, e conseguiu um consenso raro entre os palestinos, divididos entre os seguidores do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e do Fatah, de Abbas, que controla a Cisjordânia.

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