Concluída no início da semana, a Operação Ágata 6 concluída no início da semana foi marcada pelas apreensões de 3,7 toneladas de drogas, 67 veículos e 201 embarcações. O balanço foi divulgado pelo Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande (MS), encarregado de executar a operação sob orientação do Ministério da Defesa e com participação da Marinha, do Exército e da Força Aérea, além de agentes públicos de 12 ministérios.
De acordo com os resultados 6.530 embarcações inspecionadas. Desse total, 674 foram notificadas. Em duas semanas de operação militar aconteceram 35 mil vistorias de veículos e 17 mil revistas de pedestres. Na região foram feitas inspeções em 132 aeronaves civis e em 88 aeródromos.
Em função das ações das Forças Armadas, 67 veículos e 201 embarcações foram apreendidos. Os militares recolheram também R$ 53 mil que supostamente seriam utilizados para compra de entorpecentes. A sexta edição da Ágata teve iníucio no dia 9 de outubro e concluída no começo desta semana.
A operação é parte do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), instituído por decreto da presidenta Dilma Rousseff. A Ágata 6 abrangeu o patrulhamento de 4.216 quilômetros, indo de Corumbá (MS) a Mâncio Lima (AC).
Ações cívico-sociais
Além do aparato militar, a Ágata 6 contou com ações cívico-sociais (Acisos). Com isso, 19.510 moradores de regiões carentes foram atendidas por médicos e dentistas nas cidades situadas na fronteira. Os cidadãos também receberam medicamentos e orientações para seguirem com tratamento em unidades de saúde em locais próximos.
Na região de Corumbá e Ladário, no Mato Grosso do Sul, o navio-hospitalar Tenente Maximiano atuou no atendimento aos ribeirinhos. Em Cáceres (MT), os militares recuperaram a Escola Estadual Professora Ana Maria das Graças de Souza Noronha e prestaram atendimento na área de saúde nas dependências da Escola Agrotécnica Federal.
Material radioativo
Dezessete militares do 1º Pelotão de Defesa Química, Biológica e Nuclear (DQBN) do Exército atuaram no patrulhamento de rios do pantanal sul-matogrossense durante as duas semanas da Operação Ágata 6. A objetivo da mobilização do pelotão em conjunto com a Marinha foi para testar os novos equipamentos de detecção de material radioativo nas embarcações que navegam naquela região.
Para isso, a tropa embarcou no Navio de Apoio Logístico Fluvial (NApLogFlu) “Potengí”, na cidade de Corumbá (MS). Essa foi a primeira vez que as duas Forças se uniram para realizar este tipo de ação. O pelotão é responsável por prestar apoio peculiar às Operações Especiais e tem como missão realizar ações de proteção Química, Biológica e Nuclear.
Segundo o tenente Maurício Ribeiro de Paiva Júnior, o controle deste tipo de ilícito é fundamental para a segurança pública e da natureza. “Caso haja contaminação, a biodiversidade pode ser prejudicada e a população do Pantanal, que venha se alimentar dos peixes e derivados do rio, também pode ser contaminada, e, como consequência, acarretar graves doenças, como por exemplo, câncer”.
Durante a ação, um “empurrador” – embarcação muito utilizada nos rios do Pantanal – foi abordado. A documentação apresentada aos inspetores navais e os materiais existentes foram verificados por militares por meio dos equipamentos HGVI, que detecta gases e vapores e o RadSeeker que identifica material de ameaça nuclear.
Após a análise, nenhum componente prejudicial à biodiversidade da região e aos seres humanos foi identificado na embarcação. Para o comandante do “Potengi”, capitão-tenente Alan de Freitas, o trabalho em conjunto colabora para a troca de experiências.
“É um prazer atuar juntamente com o Exército, além da troca de cultura e informações sobre os equipamentos deles e os nossos, de modo a melhorar o convívio e, também, cumprir a missão que o Brasil espera que nós possamos cumprir”, disse.