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Ecos – Morre oficial que liderou o desembarque das forças militares argentinas nas Malvinas

Gustavo Nardon
Defesanet agência de Notícias

Faleceu na noite de ontem, em Buenos Aires, o Contra-Almirante Carlos Büsser, o homem que liderou o desembarque de forças argentinas nas Ilhas Malvinas em 2 de abril de 1982. O oficial morreu enquanto cumpria prisão domiciliar por seu suposto papel nos crimes contra a humanidade durante a última ditadura militar, mas nunca recebeu condenação.

Nascido em Rosario, em 1928, Büsser entrou para a Armada Argentina ainda na juventude. Ele frequentou a Academia Naval, ganhando sua graduação em 1951. Também era formado em Administração de Empresas. Próximo ao Alte Eduardo Emilio Massera, ele atuou como subsecretário do Ministério da Operação Informação Pública durante o governo de facto liderado Jorge Rafael Videla.

Em abril de 1982, o próprio Büsser foi responsável pela tarefa mais importante de sua vida militar, a denominada Rosario Operação. Em 2 de abril, no comando do terceiro batalhão de infantaria marinha, desembarcaram nas Malvinas e obteve a rendição do governador britânico nas ilhas, Rex Hunt.

Anos mais tarde, Büsser disse ao jornal La Nacion que o objetivo da operação, incluindo mergulhadores táticos e centenas de fuzileiros navais, era a rendição britânica, sem causar vítimas militares ou civis .Esse objetivo militar foi atingido no lado britânico, onde não houveram mortes pela operação. No entanto, a resposta militar das forças britânicas que protegiam as ilhas, no momento do desembarque ocorreu a morte de um militar argentino, o tenente-comandante Peter Giacchino.

A rendição de Hunt deu início a breve tomada das ilhas pelo governo argentino, que durou até a derrota militar de 14 de junho de 1982.

"Creio que a decisão de recuperar as Malvinas e as Georgias foi corretamente adotado pelo governo argentino. Se posteriormente cometemos erros de execução e se perdemos o enfrentamento militar, isso não tira o valor da mensagem que a Argentina sempre enviou ao governo britânico sobre nossa determinação de recuperar as ilhas", afirmou Büsser faz alguns anos.

Logo após a guerra, Büsser assumiu  como chefe do Estado Maior Conjunto, cargo que ocupo até a chegada do governo democrático de Raúl Alfonsín. Foi colaborador do jornal  La Nacion.

Em 2009 foi preso por sua suposta participação nas violações dos direitos humanos durante a ditadura. Ainda que não condenado, se dispôs à sua prisão domiciliar por sua avançada idade. Faleceu de um infarto aos 84 anos.

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