Embarcações da guarda costeira japonesa dispararam nesta terça-feira jatos d’água contra barcos de Taiwan, na mais recente confrontação na disputa por um conjunto de ilhas desabitadas no Mar da China Oriental. No mesmo dia, os principais atores a reivindicar as ilhas, China e Japão, iniciaram conversações em um esforço diplomático para aliviar as tensões.
Cerca de 40 embarcações taiwanesas entraram nas águas que rodeiam as ilhas na manhã de hoje, gerando uma breve troca de jatos d’água com barcos da guarda costeira japonesa, segundo os quais as embarcações taiwanesas não respeitaram as ordens para que deixassem a área.
A compra, pelo governo japonês, de algumas das ilhas de um proprietário privado japonês gerou protestos em alguns momentos violentos na China, além de boicotes informais aos produtos japoneses. As ilhas, conhecidas como Senkaku no Japão e Diaoyu na China, são reivindicadas por China, Japão e Taiwan.
O vice-chanceler chinês, Zhang Zhijun, e seu homólogo japonês, Chikao Kawai, ao lado de assistentes, se reuniram hoje no Ministério das Relações Exteriores em Pequim. Enquanto os governos pareciam em público a buscar acalmar as tensões, as manobras no entorno da ilha continuavam.
Os barcos taiwaneses acabaram deixando as águas japonesas, segundo autoridades. A Agência Central de Notícias de Taiwan afirmou que 75 barcos de pesca taiwaneses, escoltados por embarcações guarda-costas, entraram na área das ilhas disputadas para reafirmar a soberania de Taiwan sobre o território.
Barcos chineses também entraram brevemente nessas águas, mas a guarda costeira japonesa não utilizou seus jatos d’água contra eles. Um funcionário da guarda costeira disse que geralmente as embarcações chinesas deixam a área rapidamente, sem necessidade de os japoneses tomarem qualquer medida.
PORTA-AVIÕES
A China anunciou hoje que seu primeiro porta-aviões entrou em operação. Ainda que não se espere que a embarcação esteja pronta para combate por um bom tempo, o anúncio do Ministério da Defesa afirmou que o porta-aviões aumenta significativamente a capacidade de combate moderno da Marinha e sua habilidade para cooperar na resposta a desastres naturais e outras ameaças.
O anúncio é feito no momento de tensão com Tóquio, mas não está vinculado diretamente à disputa pelas ilhas.
O porta-aviões foi remodelado a partir de um modelo soviético não finalizado. Para que ele opere com toda sua capacidade, porém, será preciso ainda fabricar aeronaves apropriadas e treinar pilotos para pousar em condições adversas, em uma iniciativa que pode durar anos.