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Espanha e Brasil investem no pujante mercado de defesa da África

Brasil e Espanha marcaram presença nesta quarta-feira em um evento na África para impulsionar seus negócios no pujante mercado de defesa do continente, avaliado em US$ 1 bilhão.

Representantes de empresas dos dois países participaram da “Africa Aerospace and Defense” (AAD 2012), a maior feira aeronáutica e defesa da região, que começou hoje na base militar aérea sul-africana de Waterkloof, perto de Pretória.

Mais de 100 integrantes de delegações estatais, em sua maioria ministros da Defesa e altos comandantes africanos, visitaram hoje os pavilhões da AAD para conhecer as últimas novidades do setor.

Espanha, Brasil, Moçambique, Namíbia, Emirados Árabes, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia, Turquia, Índia, Sudão do Sul, Camarões, Equador, Angola, Nigéria, Uganda e Vietnã são alguns dos países que confirmaram sua visita à feira, além das delegações dos principais países europeus, Rússia, China e Estados Unidos.

Cerca de 350 expositores – 40% deles estrangeiros – buscam na AAD, que acontece até o próximo domingo, tirar proveito de um dos mercados internacionais com maior projeção em matéria de defesa e indústria aeronáutica.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), que participa da feira pela primeira vez com seis empresas do país, o mercado de defesa da África é de US$ 1 bilhão, 10% do cômputo do mercado global, e registra um crescimento anual de 5%.

A Embraer já vendeu seus aviões de combate “Super Tucano” a Angola, Burkina Fasso, Mauritânia, e está em trâmites com o Senegal, disse à Agência Efe um representante comercial da empresa Mectron, que fabrica os mísseis da aeronave.

“Viemos porque entendemos a importância do mercado africano de defesa. Aqui temos países de língua portuguesa, o que nos facilita a comunicação, e vemos a potencialidade de países emergentes que precisam garantir sua soberania”, declarou à Efe Carlos Afonso Pierantoni, vice-presidente executivo da ABIMDE.

Já a Espanha participa com a empresa estatal de estaleiros Navantia, que recebeu hoje a visita de delegações de Benin, Estados Unidos, Turquia, Emirados Árabes, Moçambique, África do Sul, Namíbia, Angola, Omã e Reino Unido.

Alguns países africanos “estão agora modernizando suas armadas. Têm petróleo e devem protegê-lo, é uma questão estratégica”, explicou à Efe Juan Carlos Sánchez, diretor para África Subsaariana e América Latina da Navantia.

“É um mercado incipiente no qual é preciso estar. Daqui a dez anos, a África será o continente a ser seguido”, acrescentou Sánchez.

Os estaleiros espanhóis buscam contratos para a construção de patrulheiros e uma embarcação hidrográfica para a Marinha sul-africana, cuja licitação pode ser anunciada no segundo semestre de 2013, além da possibilidade de construir navios anfíbios para este mesmo país.

O crescimento econômico do continente abre também um novo mercado para a aviação privada de luxo, cujo setor espera faturar US$ 3,6 bilhões nos próximos dez anos, segundo a base de dados da empresa Jetnet.

A indústria considera que a frota de jatos aumentará em 250 naves para a próxima década.

“Angola saiu de uma guerra de 40 anos, a Líbia já superou seu conflito. Tudo está crescendo constantemente e necessitam de aviação privada para os empresários destes novos mercados”, comentou à Efe Collins Steven, vice-presidente executivo da Embraer na Europa, Oriente Médio e África.

Além dos dias reservados para a troca comercial (19, 20 e 21 de setembro), a AAD 2012 acolherá exibições aéreas durante o próximo fim de semana, nos dias 22 e 23, abertas a todo o público.

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