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Marcha de camponeses tentou invadir Palácio do Planalto

Diogo Alcântara

Em meio a onda de protestos de movimentos sociais em Brasília, a segurança do Palácio do Planalto foi surpreendida nesta quarta-feira com uma tentativa de invasão à sede da Presidência da República. Cerca de 7 mil manifestantes de uma marcha camponesa derrubaram as grades de proteção usadas para conter multidões, colocadas na Praça dos Três Poderes e tentaram subir a rampa do Planalto.

A tropa de choque do Exército e o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Distrito Federal foram chamados para reforçar a segurança. A polícia chegou a usar bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e cachorros para conter o movimento dos manifestantes.

A marcha camponesa é composta por 37 entidades sociais, como a Via Campesina, o MST e o Greenpeace. As principais reivindicações são por política de reforma agrária.

Responsável pela interlocução do governo com movimentos sociais, coube ao ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, receber um grupo de mulheres e prometeu levar as reivindicações do movimento à presidente Dilma Rousseff. Na avaliação do ministro, a manifestação "não foi tranquila". O grupo entregou uma carta com reivindicações.

Quatro carros e um ônibus da tropa de choque da PM reforçam a segurança nos acessos ao Palácio do Planalto. Os manifestantes estão agora concentrados em frente ao Congresso Nacional. Foram colocadas cruzes brancas no gramado simbolizando as mortes decorrentes dos conflitos no campo.

Os camponeses marcham para pedir agilidade na reforma agrária e melhores condições de trabalho. "Queremos colocar para os Três Poderes que eles precisam compreender a importância da reforma agrária para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Este tema tem que estar na centralidade da pauta", disse William Clementino, secretário de política agrária da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

A Polícia Militar estima que até três mil pessoas participam do protesto. Já a organização do evento fala em 10 mil. Devido ao protesto, o trânsito ficou congestionado nas proximidades do Planalto e do Congresso Nacional nas primeiras horas da manhã.

Desde o dia 20, os trabalhadores estão reunidos no Parque da Cidade; são representantes de povos indígenas, comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, agricultores familiares extrativistas, povos da floresta, pescadores artesanais, quilombolas e ainda trabalhadores assalariados.

Com informações da Agência Brasil.

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