Margarita Bogatova
Centenas de civis foram mortos em resultado de ataques de drones norte-americano contra terroristas e insurgentes. A ONU apela a que os Estados Unidos, que utilizam largamente aparelhos voadores não tripulados (VANT no Brasil), participem da investigação das circunstâncias destes incidentes trágicos. Os comunicados sobre novas vítimas de drones americanos no Paquistão serviram de argumento para iniciar a pesquisa.
A ONU sente-se preocupada com o crescimento contínuo do número de civis mortos em resultado de ataques aéreos de drones contra terroristas. O Relator Especial da ONU sobre direitos humanos e luta contra o terrorismo, Ben Emmerson, apelou a que os EUA ajudem a investigar estes casos horríveis. A Rússia, China e Paquistão apoiaram esta iniciativa.
Nos últimos sete anos, foram efetuados cerca de 3000 voos de aparelhos não tripulados americanos. Em resultado de seus ataques foram mortas quase 2000 vítimas. Segundo os meios de comunicação social, o número de voos de drones durante a presidência de Barack Obama aumentou quase em cinco vezes em comparação com a mesma estatística dos oito anos do mandato de George Bush.
A tecnologia de aparelhos não tripulados permite atingir alvos anteriormente inacessíveis, mas à custa da vida de cidadãos civis. Sem dúvida, os aparelhos não são capazes de distinguir de longe um terrorista de um habitante civil, o que, porém, não justifica a decisão de exterminar tanto maus, como bons, mandando-os para o juízo das forças supremas, considera o redator-chefe da edição eletrônica UAV.ru, Denis Fedutinov:
“Tal aplicação eficaz tem seu reverso, indicado por oponentes da utilização destas armas: frequentemente, pessoas civis são atingidas durante estes ataques. Em qualquer caso, a decisão de atirar ou de não atirar é tomada por uma pessoa, seja um piloto ou um operador que dirija o aparelho à distância. Mas tanto o piloto, como o operador de um drone nem sempre conseguem definir com certeza se na terra se encontrem terroristas ou pessoas que se parecem com eles”.
A investigação dos casos da morte de habitantes civis em resultado de ataques de drones é necessária, mas não se deve esperar que ela leve à proibição da utilização de aparelhos não tripulados com fins militares, sustenta o chefe do Departamento Analítico do Instituto de Análise Política e Militar, Alexander Khramtchikhin:
“São feitos para tornar mais seletivos os ataques em comparação com a aviação tripulada. Estas armas têm maior precisão. Trata-se de um novo sistema de armamentos prometedores, que se desenvolve dinamicamente no mundo. Não posso imaginar que os drones sejam limitados, porque não são armas químicas ou biológicas, cujo efeito é muito mais bárbaro”.
Contudo, em relação aos aparelhos voadores não tripulados, pode ser aplicada a experiência de regularização de tecnologias militares e duplas. O uso de drones, como meios de luta armada, deve ser posto em correspondência às exigências do direito humanitário internacional, consideram os peritos.
Texto/tradução: Voz da Rússia