Renata Giraldi
A Assembleia Geral do Parlamento Latino-Americano (Parlatino) discutirá, em novembro, a situação política do Paraguai. Na semana passada, o Conselho de Administração do Parlatino recomendou a suspensão do Paraguai do órgão. O Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) já aprovaram a suspensão temporária do país até abril de 2013, quando há eleições presidenciais no Paraguai.
Na reunião do Conselho de Administração do Parlatino, a defesa do Paraguai foi liderada pelo deputado Justo Cárdenas, do Partido Colorado. O parlamentar disse que o processo de impeachment do então presidente Fernando Lugo, em junho, ocorreu seguindo a legislação paraguaia e respeitando as instituições democráticas.
A reunião durou cerca de 12 horas. Na sessão, estavam representantes de 16 países e a maioria aprovou a recomendação de suspensão temporária do Paraguai do Parlamento. A medida foi sugerida porque há dúvidas sobre a destituição de Lugo do poder. Para alguns líderes latino-americanos, houve uma transgressão à ordem democrática.
Criado em 1964, o Parlatino é uma organização regional, permanente e unicameral, integrada pelo Parlamento de nações da América Latina. Há representantes dos seguintes países: Antilhas Holandesas, Argentina, Aruba, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Haiti (que é país convidado), México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Uruguai e Venezuela.
No próximo dia 22, a Organização dos Estados Americanos (OEA) deve analisar a situação política no Paraguai. O governo do presidente paraguaio, Federico Franco, que assumiu a presidência do país com a destituição de Lugo, trabalha para evitar que a organização também aprove resolução recomendando a suspensão do país da entidade.