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Nova edição da Operação Ágata, no sul do país, começa com foco na fiscalização de produtos explosivos

A necessidade de intensificar a fiscalização do comércio de produtos explosivos transformou-se num dos principais focos da Operação Ágata 5, deflagrada na manhã desta segunda-feira (6), pelo Ministério da  Defesa (MD), na fronteira com Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia. O setor de inteligência do Exército Brasileiro identificou, pelo menos, seis locais que podem estar fornecendo o material para quadrilhas que roubam caixas eletrônicos na região Sul do país.

Ação decorrente do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), lançado em junho de 2011 pela presidenta Dilma Rousseff, a Operação Ágata acontece sob a coordenação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), com participação efetiva da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, oito ministérios e 20 agências reguladoras e entidades federais, estaduais e municipais.

Cerca de 10 mil militares e civis estão atuando na repressão e fiscalização de crimes transfronteiriços, numa área de quase 3,9 mil quilômetros, que abrange desde o Chuí – no extremo sul do país – até o distrito de Acorizal, município de Corumbá (MS).

Na próxima quarta-feira (08), o ministro da Defesa, Celso Amorim, visita diferentes pontos da região coberta pela Ágata, para acompanhar o desenrolar das atividades militares. Além da questão dos produtos explosivos, as Forças Armadas atuam no bloqueio de rodovias, patrulhamento de rios e riachos e vistorias de aeródromos. O objetivo é reduzir a incidência de tráfico de drogas e de armas, contrabando de animais e de produtos importados dos países vizinhos, entre outros delitos.

Ágata 5

A quinta edição da Operação Ágata retoma a série de ações de caráter pontual que as Forças Armadas têm empreendido ao longo dos 16.880 quilômetros de fronteira com os 10 países sul-americanos. Iniciado em junho, o planejamento da operação militar exigiu uma série de reuniões para detalhar os locais que contarão com a fiscalização mais efetiva. Por isso, o MD, sob a liderança do EMCFA, optou pelo patrulhamento na região de fronteira dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.

O plano envolve a coordenação das Forças Armadas em dois setores: Comando Militar do Sul (CMS), com sede em Porto Alegre (RS), e Comando Militar do Oeste (CMO), sediado em Campo Grande (MS). Unidades da Marinha (Distrito Naval) e da Força Aérea (Comando Aéreo Regional) também estão envolvidas nas ações.

Participam também da operação: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Receita Federal, Instituto Chico Mendes (ICMBio), Agência Nacional de aviação Civil (Anac), Agência Nacional do Petróleo (ANP) e entidades e organismos dos quatro estados da federação.

Fronteira com o Uruguai

A mobilização das tropas e dos agentes públicos teve início nas primeiras horas desta segunda-feira. Em Bagé (RS), município situado a 386 quilômetros da capital Porto Alegre, o movimento militar aconteceu no pátio do 3º Regimento de Cavalaria Mecanizado. Lá, cerca de 230 soldados e oficiais se preparavam para o deslocamento até o município de Aceguá, na divisa com o Uruguai.

O comandante do Regimento, tenente-coronel Claudio Pellegrini Louzada, explicou que, por se tratar de uma fronteira seca – onde não existem rios ou riachos –, o trabalho de fiscalização fica concentrado nas rodovias. Com isso, os militares foram mobilizados para a BR-153, perto de Nova Colônia, distante 67 quilômetros de Bagé.

O QG foi montado no cruzamento da rodovia que dá acesso ao distrito de Nova Colônia, numa antiga igreja próxima à Escola Municipal de Ensino Fundamental Francisco de Paula Pereira. Naquela região, as tropas se empenharam na abordagem de motoristas, com explicações sobre o trabalho de fiscalização, como forma de coibir práticas criminosas na região.

O tenente-coronel Louzada disse que os integrantes do Regimento atuaram recentemente na força de pacificação dos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, e na missão de paz da ONU no Haiti. “Embora não tenhamos estatísticas que apontem o aumento da incidência de crimes aqui na região de Bagé, achamos prudente a mobilização das forças para coibir essas práticas criminosas”, contou.

O Regimento deslocado para Aceguá é parte do efetivo mobilizado pela 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada. O comandante da Brigada, general Joarez Alves Pereira Junior, explicou que o aparato militar conta com a participação de cinco unidades militares da região, totalizando um efetivo de 1.150 homens e mulheres.

“A nossa região, quando comparada com outras faixas de fronteira, é mais amena. Aqui temos registros de ilícitos menores, como comércio de agrotóxicos ou roubo de animais. Já o tráfico de droga é de menor expressão”, disse o general Joarez.

Além do combate aos crimes na área de fronteira, as Forças Armadas, com o apoio de organismos dos governos federal, estaduais e municipais, vão desenvolver ações cívico-sociais. Conhecidas como Aciso, elas abrangem a atuação de médicos e profissionais de saúde dedicados ao atendimento de populações carentes. Nessa edição da Ágata, o Ministério da Saúde participa de forma mais ativa, inclusive com o fornecimento de medicamentos aos moradores das cidades vizinhas.

A Operação Ágata 5 deve ser concluída na segunda quinzena de agosto, com a desmobilização dos setores envolvidos na fiscalização. Em seguida, conforme o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), o Ministério da Justiça entra com a Operação Sentinela, que também tem por finalidade seguir no combate aos crimes nas fronteiras dos países sul-americanos.

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