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Forças nucleares russas vão ter novos submarinos

Oleg Nekhay
Voz da Rússia


O início da construção do navio principal Kniaz Vladimir do projeto renovado Borei-A foi dado em 30 de julho no estaleiro Sevmash. Este é um submarino de quarta geração, capaz de submergir a uma profundidade de quase 500 metros e de desenvolver debaixo de água uma velocidade superior a 50 quilómetros por hora.

A tripulação é de 100 homens e a autonomia de navegação, de 90 dias. Os submarinos do projeto Borei têm câmara emergente de salvamento, onde cabe toda a tripulação. Provavelmente, os submarinos de novo projeto terão uma marcha mais silenciosa e muitas outras inovações, inclusive ligadas ao sistema de sonar (navegação e determinação da distância pelo som).

O desenvolvimento de novos submarinos atômicos com mísseis nucleares a bordo, com caraterísticas tático-técnicas mais modernas, significa um reforço real do componente marítimo das forças nucleares estratégicas, destaca o perito militar Viktor Baranets:

"Vinte mísseis não são dezasseis, mas a quantidade não é o fator principal. São mais importantes as caraterísticas tático-técnicas. É importante, por exemplo, o raio de alcance do míssil, 8 mil quilômetros ou dez – doze. A distância mínima para o Bulava são oito mil quilômetros. Sem dúvida, os nossos submarinos irão navegar no Pacífico e no Atlântico."

Naquele espaço aquático são suficientes até três – quatro mil quilômetros, adianta o perito. Mas há outro problema que os militares russos devem resolver – como conduzir impercetivelmente os submarinos para a região de destino operacional, ressalta o dirigente do Centro de Prognósticos Militares, Anatoli Tsyganok:

"Se um submarino entra na região de serviço combativo, ele se torna invisível. E se for invisível, poderá assestar um golpe. O fato de um submarino atômico poder atacar encontrando-se em profundidade, causa inquietação entre os potenciais adversários."

Na opinião de peritos, o aumento do número de submarinos sofisticados com uma quantidade crescente de mísseis intercontinentais, navegando nos oceanos em estado de prontidão, será um potente fator de dissuasão nuclear. Observadores militares sustentam ainda que os novos sistemas ABM na Europa dificilmente serão um obstáculo aos mísseis e ogivas estratégicos, capazes de voar a velocidades hipersônicas por trajetórias complexas.

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