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Helibras opta por logística nacional para fábrica em MG

Virgínia Silveira

A Helibras contratou uma empresa brasileira para fazer toda a parte de logística e transporte de peças dos helicópteros EC725 (versão mais recente da família Super Puma/Cougar, da francesa Eurocopter), que serão produzidos gradualmente no Brasil, a partir de 2013. Depois de uma seleção internacional, a Helibras escolheu o consórcio SDV / Transportadora Pituta.Segundo o vice-presidente Executivo da Helibras, Eduardo Mauad, as duas empresas escolhidas estão construindo um hangar de 20 mil metros quadrados em Itajubá (MG), há 20 quilômetros da fábrica, para estocar as peças dos 50 helicópteros encomendados pelas Forças Armadas Brasileiras. Cada helicóptero, segundo Mauad, possui cerca de 40 mil peças diferentes.

Para viabilizar a produção dos helicópteros no Brasil, a Helibras está duplicando sua fábrica de Itajubá e mais que triplicando o número de funcionários, que passou de 300 em 2009 para 552, em 2011. A expectativa é chegar a mil em 2013. A previsão da empresa é que o novo hangar de produção do EC725 esteja pronto até o fim deste ano.

Mauad conta que a Helibras desenvolveu uma parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), visando o aumento da oferta de cursos universitários e técnicos de aeronáutica e tecnologia aeroespacial, tendo em vista a necessidade de contratação de profissionais para a empresa nos próximos anos.

"Até 2015, a Unifei vai dobrar o número de vagas na universidade, passando de 3 mil para 6 mil. Um campus novo foi construído para abrigar o curso de engenharia aeronáutica, que terá inicialmente 30 vagas", disse.

Nos últimos 12 meses a empresa contratou mais de 40 engenheiros para trabalhar no desenvolvimento da engenharia de integração de sistemas dos novos helicópteros. Os profissionais contratados, segundo Mauad, receberam treinamento nas instalações da Eurocopter na França.

O contrato dos 50 helicópteros adquiridos pelas Forças Armadas está avaliado em € 1,8 bilhão. O projeto de expansão da fábrica de Itajubá prevê investimentos da ordem de R$ 420 milhões, o que permitirá a produção gradual dos helicópteros no Brasil até atingirem um índice de 50% de conteúdo nacional, previsto para 2020.

Na unidade mineira, segundo Mauad, a Helibras também está construindo uma nova fábrica de cablagens para o EC 725 e uma unidade de montagem das caixas de transmissão dos helicópteros. "No próximo dia 30 vamos receber o banco de provas das caixas de transmissão, que veio da França e pesa 25 toneladas. O equipamento simula todas as condições de voo do helicóptero", explicou o executivo.

Cerca de dez empresas brasileiras já assinaram contrato com a Helibras para participar do desenvolvimento de algumas partes dos helicópteros. O contrato também envolve transferência de tecnologia. Os três primeiros helicópteros, entregues no fim de 2010, foram produzidos na França e outros dois chegarão ao Brasil em 2012, mas serão utilizados como protótipos para a realização de testes.

A Akaer, empresa de engenharia de São José dos Campos, também foi contratada pela Helibras para participar das atividades de engenharia de integração de sistemas dos helicópteros.

A lista de fornecedores já contratados pela Helibras para o projeto dos helicópteros das Forças Armadas inclui a Toyo Matic (usinagem), Inbra Aerospace (peças estruturais em material composto), Turbomeca Motores, Ate (sistemas de missão), Sagem /TM do Brasil (piloto automático), Aernnova do Brasil (sistemas de cauda), Rhode & Schwartz (comunicação via rádio), AEL Sistemas (cockpits de vidro) e Microturbo (unidades de potência auxiliar).

As empresas brasileiras capacitadas no programa do EC 725, segundo a Helibras, poderão fazer parte da cadeia global de fornecimento da Eurocopter, exportando seus produtos para outros helicópteros fabricados pelo grupo no mundo.

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