Às vésperas do início dos Jogos Olímpicos de Londres, a delegação de atletas que disputará as diversas modalidades esportivas inicia o embarque para a cidade que, nas próximas semanas, será o centro das atenções mundiais. E, nesta edição olímpica, o Brasil ganha reforço com a participação de 51 militares entre os atletas que estarão na capital britânica na luta por medalhas em 12 competições.
Trata-se da maior participação de militares brasileiros numa olimpíada. Como o país levará 259 atletas, o efetivo das Forças Armadas representa 19,7% – praticamente um quinto do total de competidores que vestirão verde e amarelo durante as disputas.
Além disso, irão a Londres sete técnicos, três fisioterapeutas, um nutricionista e cinco militares que atuarão como observadores. Esses militares terão por missão levantar informações sobre as atividades que devem ser utilizadas nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e nas Paraolimpíadas, competições que ocorrerão na capital do estado do Rio.
Além da equipe militar, que estará atenta às competições e aos desdobramentos das atividades esportivas, o Ministério da Defesa, por meio do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), enviará ao Reino Unidos quatro militares que terão irão acompanhar a execução do plano de segurança das duas competições. Os detalhes do planejamento também servirão para a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo Fifa 2014.
Militares em Londres
Os 51 atletas-militares e 16 técnicos iniciaram o embarque para Londres ontem (16). Integrantes da delegação brasileira participam da cerimônia de abertura no dia 27 de julho, quando começam efetivamente as disputas. Esses brasileiros brigarão por medalhas nas seguintes modalidades: vôlei, vela, atletismo, esgrima, hipismo, natação, pentatlo moderno, taekwondo, judô, tiro, boxe e triatlo.
Dos 67 militares que compõem a delegação brasileira, 18 são da Marinha do Brasil e 49 do Exército Brasileiro. A expressiva participação dos atletas é fruto do Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento (AAR) nas Forças Armadas.
Os integrantes da comissão técnica e observadores, por sua vez, integram o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016. A escolha desses profissionais decorreu do elevado grau de especialização proveniente da experiência adquirida nos 5º Jogos Mundiais Militares, que aconteceram no ano passado, no Rio de Janeiro.
Observadores militares
Para acompanhar o plano de segurança dos Jogos Olímpicos e das Paraolimpíadas, em Londres, o Ministério da Defesa designou quatro militares. O tenente-coronel Marcos Vinicio Dupont e o major William Fernandes de Oliveira Amaral irão ao Reino Unido entre os dias 31 de julho e 7 de agosto, para dedicar atenção especial às Olimpíadas. Enquanto isso, o capitão-de-fragata Alberto Rodrigues Mesquita Junior e o major Alessandro Sorgini D`Amato participarão dos eventos referentes às Paraolimpíadas, entre os dias 3 e 8 de setembro.
“Iremos visitar diversos setores na área de segurança. O objetivo é acompanhar in loco aquilo que foi preparado para a segurança do evento e utilizar essa experiência como forma de agregar valor para os Jogos Olímpicos Rio 2016”, afirmou o coronel Dupont.
Os militares brasileiros estarão acompanhados de delegados da Polícia Federal e integrantes da Secretaria Especial de Grandes Eventos, com o apoio da Embaixada do Brasil no Reino Unido. De acordo com o coronel Dupont, é praxe que o país-sede de um evento esportivo receba observadores do país que será a sede daqui a quatro anos.
Enquanto os policiais tratarão de detalhes da segurança pública, Dupont buscará informações sobre o aparato militar. O controle marítimo e do espaço aéreo, por exemplo, merecerão detalhamento da equipe brasileira. O militar da Força Aérea contou ainda que o planejamento passa também por ações que visam neutralizar terrorismo e ataques cibernéticos.
“Isso tudo irá somar ao que aplicamos na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Toda experiência obtida nos ajudará também no planejamento de outros eventos que teremos pela frente nos próximos anos”, concluiu Dupont.