A Síria se tornou uma "ameaça para a segurança internacional", afirmou nesta sexta-feira o presidente francês François Hollande, ao abrir em Paris a conferência do grupo de países Amigos do Povo Sírio.
Hollande também enviou uma mensagem para a Rússia, que boicota a reunião.
"Quero dirigir-me aos que não estão aqui. No momento em que estamos da crise síria, não é mais questionável que esta crise se tornou uma ameaça para a paz e a segurança internacional".
Para superar a crise, o presidente sírio "Bashar al-Assad deve partir e um governo de transição deve ser constituído".
"Aos que afirmam que o regime de Bashar al-Assad, apesar de ser detestável, pode permitir evitar o caos, afirmo que terão o regime mais detestável e o caos. E o caos ameaçará seus interesses", completou.
Hollande afirmou que o "o plano (do enviado internacional Kofi) Annan continua sendo o meio mais seguro para fazer cessar a violência e iniciar uma transição política".
O presidente francês pediu aos países reunidos em Paris que assumam cinco compromissos, incluindo sanções ao regime sírio, e afirmou que a conferência deve "estimular" o Conselho de Segurança da ONU a atuar para pressionar Damasco.
A conferência de Amigos do Povo Sírio tem representantes de quase 100 países árabes e ocidentais, de organizações internacionais e da oposição síria.
Pouco antes da reunião, o chanceler francês, Laurent Fabius, afirmou que a questão do exílio de Assad está na mesa, mas considerou que o presidente sírio não pode ser recebido em um grande país, como Rússia, França ou Estados Unidos.
"É um assunto a ser tratado", disse.
Na quinta-feira, o chanceler russo Serguei Lavrov confirmou que Moscou foi solicitada para oferecer asilo ao presidente sírio, mas rejeitou a proposta, que chamou de "piada".